Deni Zolin: Faxinal do Soturno vai comprar área onde foi achado mamífero mais antigo da Terra

Fotos: Reprodução

A prefeitura de Faxinal do Soturno está negociando a desapropriação e compra da área do sítio paleontológico São Luiz, local onde foram achados vários fósseis, inclusive o do que foi considerado recentemente como o mais antigo mamífero do planeta: Brasilodon quadrangularis, de 225 milhões de anos, que, até então, era considerado um réptil, mas foi apontado em pesquisa recente como um pequeno roedor (mamífero), devido a análises científicas de sua dentição. A pesquisa foi publicada na revista britânica Journal of Anatomy.

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Segundo o prefeito Clovis Montagner, a intenção é adquirir uma parte da propriedade para arrumar acessos e retirar areia e vegetação que acabaram cobrindo parte do sítio paleontológico.

– Queremos dar condições para que os paleontógos continuem pesquisando nessa área – afirmou o prefeito.

Por ser uma propriedade privada, a poucos quilômetros da cidade, o sítio não pode ser visitado atualmente. Mas os planos são explorar o local turisticamente, desde que garantida a preservação do espaço.

–No sítio em si, não é permitida a visitação do público, pela importância paleontológica mundial desse local. Mas, futuramente, pretendemos permitir a visitação no entorno dele. Essa divulgação (do mamífero mais antigo do planeta) aumenta a nossa importância, de Faxinal do Soturno, dentro desse mundo da ciência, da pesquisa, das universidade. Saiu em várias revistas internacionais. A população de Faxinal está muito satisfeita com a descoberta, a divulgação e a repercussão. Percebe-se claramente o aumento do interesse por essa área da paleontologia e, consequentemente, de pessoas que vêm nos visitar e conhecer nossas riquezas e as belezas, ainda mais que estamos por receber o reconhecimento de geosítio da Unesco, por ter os dinos mais antigos do mundo e, agora, o mais antigo mamífero – afirmou Montagner.

Segundo Ciro Cabreira, presidente da Associação Sul Brasileira de Paleontologia e fundador do projeto Dinorigin, no sítio São Luiz não foi achado só o Brasilodon.

– Há também fósseis de plantas, ancestrais das araucárias, um pegada de um dinossauro terópode, alguns legerpetídeos  e partes de um dinossauro chamado Guaibassauro – afirma.

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