Deni Zolin: as belezas da cidade que quase só quem é de fora enxerga e valoriza

Foto: Carlos Renan Dala Lana Cecchin (Arquivo/Diário)

Claro que Santa Maria tem vários problemas a serem resolvidos, assim como outras cidades, mas às vezes quem vive nela não consegue perceber o que ela tem de bom. Isso me chamou a atenção porque, outro dia, uma ouvinte da rádio CDN afirmou que Santa Maria não tem nada de legal e que a cidade estava um lixo, que não tinha nada para ser explorado turisticamente. No dia seguinte, chegou aqui ao Diário uma comitiva de pessoas da Capital, e uma delas disse que ficou maravilhada quando chegou a Santa Maria pela primeira vez. Na oportunidade, ela vinha de Passo Fundo e chegou à cidade pela Serra, de onde viu a bela paisagem de Santa Maria ao entardecer.

Outro morador daqui, que nasceu em Brasília, mas viveu em cidades bem pequenas, comentou que adora Santa Maria justamente por ser uma cidade média, boa para morar.

Realmente, falta cuidado da prefeitura e também da população com a cidade. Há bem mais buracos em ruas e calçadas, pichações, locais mal cuidados do que todos gostaríamos. Há prédios públicos e privados que estão abandonados e que precisam ter uma solução. Porém, falta também, a algumas pessoas, um sentimento de maior pertencimento a Santa Maria e até de conhecimento da história da cidade.

Melhorar a imagem da cidade depende, sim, de obras e ações constantes, como a limpeza das ruas (responsabilidade do poder público e da população), mas também de uma mudança no inconsciente das pessoas. Isso depende do ânimo de cada um, mas também de campanhas de divulgação das belezas locais que, para nós, parecem comuns (até porque não são novidade para nós), mas que acabam surpreendendo quem vem de fora.

Conheça a história de alguns dos pontos turísticos de Santa Maria escolhidos pelos leitores do Diário

Há inúmeros exemplos de locais que são valorizados por pessoas de fora, mas que os santa-marienses não dão a devido importância, provavelmente por causa do ditado de que santo de casa não faz milagre. Fiéis de Argentina, Chile e outros países vêm a Santa Maria para visitar locais onde passou o Diácono João Luiz Pozzobon, mas a grande maioria dos santa-marienses não vai lá. O diácono ganhou uma estátua em uma cidade do Nordeste, mas aqui não há.

Milhares de pessoas passam diariamente ao lado do Sítio da Alemoa, no início da Faixa Velha de Camobi, onde foi achado o fóssil de um dos dinossauros mais antigos do mundo, com 233,23 milhões de anos. Ou seja, Santa Maria é o berço dos dinos mais antigos do planeta Terra e praticamente pisamos sobre ele, mas quase ninguém se dá conta ou valoriza isso – deveria ser um ponto turístico movimentado, mas com cuidados para preservar o local.

Quando algum parente ou amigo vem de outra cidade para nos visitar, muita gente fica em dúvida de onde levar a pessoa para ela conhecer. Isso precisa mudar. Mas é preciso de ações e leva tempo.

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