Foto: Vinicius Becker (Diário)
A paralisação do transporte coletivo na manhã desta terça-feira (23) ocorre em um dos momentos mais cruciais para o comércio de Santa Maria, às vésperas do Natal. Para o presidente do Sindicato dos Lojistas do Comércio de Santa Maria (Sindilojas), Ademir José da Costa, a interrupção do serviço afeta diretamente tanto os trabalhadores quanto os consumidores e pode comprometer o movimento de vendas no período.
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Em entrevista ao programa Bom Dia, Cidade!, da Rádio CDN, Costa destacou que o transporte coletivo é essencial para a dinâmica do comércio, já que grande parte da população depende dos ônibus para se deslocar até as lojas.
– Não é só o trabalhador que anda de ônibus. A população anda de ônibus para fazer compras, não é só de carro – afirmou.
Impacto no funcionamento do comércio
Segundo o presidente do Sindilojas, pequenas empresas conseguem minimizar parte das dificuldades ao buscar funcionários em casa, mas o cenário é mais complexo para estabelecimentos de grande porte, que concentram um número maior de trabalhadores e não dispõem da mesma estrutura logística.
Costa também chamou atenção para o aumento expressivo no valor das corridas por aplicativos de transporte, o que acaba afetando a circulação de consumidores.
– Há aplicativos cobrando até três vezes mais do que o normal. Isso restringe a mobilidade das pessoas e desestimula que elas saiam de casa para comprar – disse.
Data considerada crucial para as vendas
O dirigente classificou como “profundamente lamentável” a paralisação ocorrer em um dia considerado decisivo para o comércio local.
– O transporte coletivo paralisado nesta data é profundamente lamentável – confessou.
Segundo ele, o comércio chegou à reta final do ano com expectativa de maior movimento nas vendas de Natal, após um desempenho abaixo do esperado na Black Friday.
– A Black Friday não antecipou muitas compras. Isso gerou expectativa de um crescimento maior nas vendas neste período – avaliou.
Expectativa de crescimento e possíveis prejuízos
Apesar do cenário econômico desafiador, Ademir José da Costa disse que o comércio projetava crescimento nas vendas, impulsionado pelos indicadores do mercado de trabalho e do poder de compra.
– Tivemos aumento no número de pessoas empregadas e ganhos reais de salário. A expectativa era de crescimento de 5% a 6% nas vendas em relação ao ano passado – destacou.
Na avaliação do presidente do Sindilojas, a paralisação não impede totalmente que as compras ocorram, mas gera prejuízos indiretos, como gastos extras com transporte e concentração do movimento em outros horários.
– As vendas vão acontecer, mas haverá prejuízos pontuais. Dinheiro que poderia ser usado para comprar um presente acaba sendo gasto com deslocamento – afirmou.
Ao final da entrevista, Costa fez um apelo às partes envolvidas na paralisação para que o transporte coletivo volte à normalidade ainda nesta terça-feira.
– Espero que haja bom senso por parte dos dirigentes das concessionárias e do sindicato laboral, para que o transporte público seja normalizado ainda hoje ou, ao menos, que as negociações ocorram a partir do dia 26, garantindo o atendimento à população em um momento tão importante para a sociedade – concluiu.