O último dia do 12º Juvenart foi de polêmica e reviravolta envolvendo o CTG Coxilha de Ronda, de Santiago, que acabou com o terceiro lugar na principal categoria do evento, as Danças Tradicionais. Após apresentar coreografias de entrada e de saída que remetiam a uma batalha com trincheiras e lutadores, CTG foi desclassificado pela organização do evento por utilizar artefatos explosivos durante a apresentação, no final da manhã de domingo.
Por volta das 22h30min de ontem, o coordenador do evento, Arion Pilla, anunciou no microfone que a entidade havia conseguido uma liminar concedida pela juíza Eloisa Helena Hernandez de Hernandez, de Santa Maria, que permitia que a entidade fosse recolocada na competição.
_ O Juvenart vive um dos momentos mais tristes, em que sua credibilidade é contestada de forma leviana. Apesar de não concordarmos, a decisão judicial foi acatada e todas as providências serão tomadas _ anunciou coordenador do evento, no palco do pavilhão principal do Centro de Eventos da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM, onde ocorreu o evento.
O coordenador da 13ª Região Tradicionalista, Ildo Wagner, também usou o microfone para se manifestar:
_ Abriremos um processo administrativo para apurar os fatos.
De acordo com Valmir Beltrame, coordenador de comissão do 12º Juvenart e integrante do Conselho Municipal de Cultura no segmento Tradição e Folclore, no regulamento da competição não consta a proibição do uso de artefatos explosivos. Contudo, ele atenta que no regulamento do Enart e na própria Lei Kiss está muito claro a proibição e os riscos que esses materiais causam em locais fechados.
_ É questão de bom senso. Mesmo que não tenha sido intencional, isso é uma afronta a uma cidade que se recupera de uma tragédia como a que vivemos, há 18 meses _ afirmou Beltrame.
Segundo algumas pessoas que assistiram às apresentações, os artefatos causaram um forte estrondo e ferimentos:
_ Vi gente machucada. Além do pessoal que estava se apresentando, o pessoal do CTG ficava jogando uns foguetes debaixo das arquibancadas. Todo mundo se apavorou com aquilo _ disse um homem, que não quis ser identificado.
Na manhã de hoje, a reportagem do Diário tentou contato com o CTG Coxilha de Ronda e organização do evento, mas ninguém atendeu os telefones. A assessoria da juíza informou que ela só se manifestará à tarde.