opinião

Contrato com Corsan traz avanço, mas será preciso fiscalização dura

Deni Zolin


Foto: Lucas Amorelli (Arquivo Diário)
Lixo no arroio no bairro T. Neves

O novo contrato com a Corsan trouxe avanços, pois permitiu que Santa Maria receba parte da receita dos serviços de água e esgoto para poder aplicar em melhorias para a cidade, além de exigir ampliação da rede de esgoto e água, inclusive nos distritos. Além da construção de uma nova perimetral entre a Faixa de São Sepé e a Faixa Nova, ao custo de R$ 25 milhões, o contrato prevê o repasse de R$ 48 milhões ao Fundo de Saneamento até o final de 2020, além de 6% do lucro nos anos seguintes.

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 Outro desafio será conseguir cobrar que a companhia realmente melhore o atendimento e os serviços à população, pois são comuns as queixas de faltas de água devido a obras de reparos, além dos buracos causados nas ruas por essas intervenções. A questão é que o papel aceita tudo, mas será que na prática o que está no contrato será cumprido, se exigências feitas no passado já não haviam sido respeitadas pela Corsan? Também é preciso cobrar que esses recursos do fundo sejam bem aplicados. 

Sonho: Cadena e arroios limpos

Com parte da receita anual da Corsan que virá para o Fundo Municipal de Saneamento, a expectativa é que também sejam realizados investimentos concretos. Além de acabar com o esgoto a céu aberto, que tal se a cidade colocasse como meta de investir parte desse dinheiro para que o Arroio Cadena e outras sangas que cortam a cidade possam voltar a ter água cristalina? É algo complexo, mas não é impossível.

Bastaria usar parte da verba para criar um programa permanente com ações de educação ambiental e para identificar os lançamentos clandestinos de esgoto residencial na rede de água da chuva (inclusive no Centro) e, aos poucos, obrigar donos de prédios e casas a fazer a ligação correta na rede cloacal. É algo demorado, mas se colocarmos uma meta de ter o Cadena e os arroios limpos daqui a 15 ou 20 anos e de fazer um trabalho constante de fiscalização das ligações clandestinas, com certeza a água do Cadena e das sangas será bem mais limpa daqui a duas décadas. Porque se não for feito nada a partir de agora, chegaremos no ano de 2038 ainda convivendo com o fedor insuportável vindo dos arroios que cortam o Centro e parte da cidade e que invadem casas e levam mau cheiro e doenças a moradores da periferia, que são os mais prejudicados.  

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Será que estou sonhando demais? Acredito que não. Mas tenho de admitir que, na prática, corremos sério risco de chegarmos a 2038 com os arroios ainda poluídos, infelizmente. 

Com essa verba garantida ao fundo de saneamento, a cidade terá a faca e o queijo na mão para fazer várias obras e melhorias nessa área. O que precisa é haver bons projetos para usar esse dinheiro da melhor forma possível. Limpar o Cadena e os arroios é só um exemplo de coisas que poderiam ser feitas. O que não pode é ficar dinheiro parado neste fundo, a exemplo dos R$ 7 milhões que estão sem uso no Fundo de Iluminação Pública, enquanto há várias áreas no breu na cidade.

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