data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Pedro Piegas (Diário)
A sede da Feicoop, na Rua Prefeito Heitor Campos, no Bairro Nossa Senhora Medianeira, recebeu a 5ª Jornada Mundial dos Pobres, na manhã deste domingo, e entregou mais de 350 refeições a moradores de rua, catadores, quilombolas e indígenas. A ação deu continuidade à programação da 78ª Romaria da Nossa Senhora da Medianeira.
Ao longo do almoço, que contou com a presença de entidades que oferecem apoio a pessoas em vulnerabilidade social, foram apresentados alguns trabalhos realizados. A Irmã Loudes Dill falou dos voluntários que ajudaram a servir a refeição:
- São mais de 50 voluntários que há dias estão trabalhando para que o almoço acontecesse. Hoje, muito cedo, levantamos para ajudar a cozinhar. Não vou dizer todos os nomes, mas agradecemos a todos que ajudaram com as doações de alimentos. Nos sentimos muito felizes por poder realizar no mesmo dia da Romaria.
AO VIVO: começa a 78ª Romaria da Nossa Senhora da Medianeira
De todas as pessoas que puderam comparecer, algumas conseguiram repetir a refeição, ou até mesmo, guardar para a janta.
- Nós tínhamos projetado para 200 pessoas e passamos deste número. O morador de rua quando almoça, pergunta se pode pegar mais uma, por isso alguns pegaram duas e já guardam para o jantar - conta a irmã Lourdes.
O arcebispo metropolitano de Santa Maria, dom Leomar Brustolin, também compareceu e celebrou as duas atividades do domingo:
- Festejar o Dia Mundial do Pobre, onde todo o ano ocorrem momentos de economia solidária, promoção da vida e do trabalho, pra mim é um orgulho. Tem dias que é dia de festa, hoje é festa em todos os sentidos. Festa da Medianeira e Festa do Dia do Pobre - afirmou.
Ainda na missa campal, o arcebispo falou sobre os princípios bíblicos e a busca de dias melhores, em relação ao almoço solidário:
- É um gesto nosso, compromisso economia solidaria, busca de dias melhores para todos. Queremos continuar trabalhando com diversas forças da cidade por dias melhores para a educação, trabalho, saúde, teto para morar, terra para plantar.
Os ingredientes do cardápio passaram por seleção de acordo com a segurança alimentar. De acordo com a pedagoga e integrante da organização do evento, Claudia Machado, o almoço foi planejado de modo que melhor alimentasse as pessoas. O cardápio foi uma marmita que continha arroz, mandioca, carne moída e saladas, além de uma fruta. Também foram entregues Cyrillinha e doces.
Valdomiro Silva, 47 anos, é morador de um albergue há dois meses, se mudou por causa da violência da rua, conta. Ele lembra que o tempo limite permitido para permanecer na moradia são três meses, por conta disto, ele está em busca de um emprego. Estar no almoço e ser visto por outras pessoas, mostra que ele está vivo:
- Várias pessoas não dão bola pra gente, não nos ajudam. Parece que somos invisíveis. Se falamos que moramos no albergue, não nos dão serviço. Às vezes, é preciso mentir.
Na Romaria, ele pediu à Nossa Senhora Medianeira para encontrar um emprego e voltar a conviver com a família:
- Vai dar tudo certo, e ano que vem estarei aqui, rezando por ela.
*Colaborou Gabriel Marques