Caso Gabriel: a pedido da defesa dos réus, Justiça Militar fará inspeção judicial no açude de Lava Pé

Lenon de Paula

Caso Gabriel: a pedido da defesa dos réus, Justiça Militar fará inspeção judicial no açude de Lava Pé
O local é onde o corpo de Gabriel Marques Cavalheiro, 18 anos, foi encontrado no dia 19 de agosto, uma semana após ser abordado por três policiais da Brigada Militar e ter sido visto com vida pela última vez. Foto Eduardo Ramos (Diário)

No segundo dia de audiências sobre o Caso Gabriel, o Tribunal de Justiça Militar do Rio Grande do Sul (TJMRS) realizará uma inspeção judicial na localidade de Lava Pé, em São Gabriel. O local é onde o corpo de Gabriel Marques Cavalheiro, 18 anos, foi encontrado no dia 19 de agosto, uma semana após ser abordado por três policiais da Brigada Militar e ter sido visto com vida pela última vez. A inspeção ocorre às 11h30min desta quinta-feira (16). 

Conforme a assessoria do TJMRS, o objetivo da inspeção é apurar algumas dúvidas surgidas a partir do conjunto de depoimentos já prestados. A iniciativa ocorre dentro do processo que tramita na Justiça Militar e, segundo fontes, foi solicitada pela defesa dos réus: os soldados Cleber Renato Ramos de Lima e Raul Veras Pedroso e o sargento Arleu Júnior Cardoso Jacbosen. Eles respondem pelos crimes de ocultação de cadáver e falsidade ideológica, e acompanham os depoimentos presencialmente em São Gabriel.

Nesta quarta-feira (15), foram ouvidas três testemunhas elencadas pelo Ministério Público e quatro testemunhas elencadas pela defesa do réu Arleu Júnior. Já nesta quinta-feira as oitivas serão retomadas às 13h, quando serão ouvidas outras sete testemunhas no Fórum de São Gabriel. As audiências estão sendo presididas pela juíza Viviane Freitas Pereira, da Auditoria Militar de Santa Maria, que também acompanha a inspeção no açude.

Dentro do processo em tramitação na Justiça Militar foram realizadas audiências em Porto Alegre, São Gabriel e em Santa Maria. Outro processo está em andamento Justiça comum, cuja primeira audiência foi realizada em dezembro de 2022. Nele, os três policiais militares, são réus pelos crimes de homicídio doloso com três qualificadoras: motivo fútil, tortura e uso de recurso que dificultou a defesa da vítima.

Conforme a advogada que representa a família, Rejane Lopes, o pai de Gabriel, Anderson da Silva Cavalheiro e a mãe, Rosane Marques, chegaram a São Gabriel na terça-feira (13) e estão acompanhando os depoimentos. Outros familiares também acompanham a audiência.

Os policiais militares acusados acompanharam a audiência em Santa Maria e em São Gabriel. Foto: Maurício Barbosa (Arquivo)

Desaparecimento

Gabriel Marques Cavalheiro, 18 anos, desapareceu por volta da meia-noite do dia 12 de agosto de 2022, no Bairro Independência, em São Gabriel. Segundo o relato de uma moradora, ela teria chamado a Brigada Militar (BM) após o jovem ter forçado a grade da casa dela e tentado entrar no local. Os policiais foram até o endereço, abordaram, algemaram Gabriel e o colocaram no porta-malas da viatura. Depois disso, o jovem não foi mais visto.

O corpo de Gabriel Marques Cavalheiro foi encontrado no dia 19 de agosto, em uma barragem na região conhecida como Lava pé. Os três policiais militares que abordaram o jovem foram presos no mesmo dia e encaminhados ao Presídio Militar de Porto Alegre, onde estão presos desde então. O laudo do exame de necropsia apontou que Gabriel morreu devido a uma hemorragia interna na região do pescoço, provocada por uma agressão, e que não haviam indícios de afogamento.

Os soldados Cleber Renato Ramos de Lima e Raul Veras Pedroso e o sargento Arleu Júnior Cardoso Jacbosen são representados pelos advogados Maurício Custódio e Shaianne Lourenço Linhares.

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