A prova do concurso da Brigada Militar do Rio Grande do Sul, que ocorreu neste domingo, está causando muita polêmica. Algumas questões foram consideradas de cunho político, ideológico e favoráveis a atual gestão do governo. Em entrevista, na manhã desta segunda-feira, ao programa Gaúcha Atualidade, da rádio Gaúcha, o comandante-geral da Brigada Militar, Andreis Dal'Lago, disse estar surpreso com o conteúdo da prova e afirmou que a instituição vai pedir a anulação de 3 a 5 questões do concurso. As questões teriam violado o princípio da impessoalidade.
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Nesta manhã, no site da Brigada Militar, foi publicada uma nota oficial dizendo que o órgão vai determinar a avaliação jurídica das questões.
"A Brigada Militar, em observância ao princípio da imparcialidade, mantém-se apartada dessa fase do concurso. O Comando da corporação determinou avaliação jurídica quanto à viabilidade da anulação de questões que, de alguma forma, tenham violado o princípio da impessoalidade", diz o final da nota.
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A questão de número 44 foi uma das que causaram espanto: a pergunta era "Em julho de 2017, o Governo do Estado anunciou a abertura de 6.100 novas vagas para reforçar a segurança no RS, distribuídas entre a Brigada Militar, Corpo de Bombeiro e Polícia Civil. Quem era o secretário à frente da Secretaria de Segurança Pública (SSP) quando essa medida para reduzir o déficit de pessoal nos órgãos pertencentes à segurança pública foi instituída no Estado do RS?" A resposta considerada correta pela banca seria Cezar Schirmer, atual titular da pasta e ex-prefeito de Santa Maria.

O programa Gaúcha Atualizada também ouviu o presidente da Fundatec, banca responsável pela elaboração da prova. Carlos Henrique da Cunha Costa disse que "a banca vai acatar os recursos":
- Temos 45 anos de história e somos uma das maiores bancas do país. Houve polêmica, sim. E não estou omisso nesta parte - afirmou.
O professor e diretor da Fóton + Concursos, Patrick Meneghetti, conta que são as questões de conhecimentos gerais que causaram polêmica, especialmente a 43 e 44 (veja abaixo).
- Porém, pior que a questão 44, foi a questão 43, a qual, tratando sobre a morte da representante comercial Cristiane Fonseca, afirmava que esse fato gerou uma revolução na área da Segurança no RS. A escolha da palavra "revolução" foi extremamente tendenciosa, tendo em vista que o estado não fez mais do que a sua obrigação, ou seja, oferecer políticas públicas de segurança de qualidade - comenta.
AS QUESTÕES
Questão 43. A morte da representante comercial Cristine Fonseca Fagundes, em 25 de agosto de 2016, gerou uma revolução na área de Segurança no RS. Ela foi morta durante um assalto, em frente a uma escola, na Zona Norte de Porto Alegre. Sobre esse fato, analise as seguintes assertivas:
I. No mesmo dia, o Giverno anunciou a criação do Comitê de Gestão da Segurança Pública, que teve o vice-governador José Paulo Cairoli como coordenador
II. Horas após o latrocínio, o então secretário de Segurança do RS, Wantuir Jacini, pediu demissão, tendo o vice-governador assumido como secretário até a posse de um sucessor
III. O governador do Estado, José Ivo Sartori, foi a Brasília pedir a intervenção do Exército Brasileiro, para garantir a ordem e a segurança em todo o território gaúcho.
Quais estão corretas?
a) Apenas I
b) Apenas III
c) Apenas I e II
d) Apenas II e III
e) I, II e III
Questão 44. Em julho de 2017, o Governo do Estado anunciou a abertura de 6.100 novas vagas para reforçar a segurança no RS, distribuídas entre a Brigada Militar, Corpo de Bombeiro e Polícia Civil. Quem era o secretário à frente da Secretaria de SEgurança Pública (SSP) quando essa medida para reduzir o déficit de pessoal nos órgãos pertencentes à segurança pública foi instituída no Estado do RS?
a) Airton Michels
b) Wantuir Jacini
c) José Paulo Cairoli
d) José Ivo Sartori
e) Cezar Schirmer