Até o “Pai Natal” precisa poupar energia

A crise enérgica na Europa afetou até o “Pai Natal”, forma como eles se referem ao Papai Noel, em Portugal.

Nesta época natalícia, em quase todos os países da Europa ocorrem os Mercados de Natal. São espaços organizados pela administração pública com decoração, luzes e venda de produtos típicos desta época – de comida até têxteis – normalmente, com predominância de produtos artesanais. A maioria dos mercados começa em 1º de dezembro e vai até 6 de janeiro, Dia de Reis. Além de decoração e do incentivo ao comércio regional, esse tipo de evento tem atrações de lazer para as crianças, jovens e adultos. Parques com roda gigante, pista de gelo para patinação e shows musicais são os entretenimentos mais frequentes. Aqui em Braga, este ano, vai ser realizado o primeiro Mercado de Natal.

E nas cidades que não fazem Mercados de Natal, é tradição nesta época enfeitar as ruas, decorar os centros comerciais, as casas ficam iluminadas… isso em todo o mundo. Com a crise energética na Europa, surgiu uma preocupação extra quando se começou a falar sobre as “luzes” para as festas de fim de ano. A ordem é reduzir o consumo de energia elétrica e, por isso, até Papai Noel vai ter que economizar.

Nas cidades portuguesas, as luzes vão permanecer acesas por um período menor do que o de costume. Na capital, Lisboa, por exemplo, só na noite de Natal e na passagem de ano é que a decoração luminosa vai estar acesa das 18h até a 1h. Nos demais dias, vão ser desligadas mais cedo. Em anos anteriores, as luzes costumavam ligar às 17h (já é escuro aqui, porque o Natal é durante o inverno) e desligar por volta das 2h da manhã. Outra iniciativa tomada pelos administradores para economizar foi o uso de tecnologia de LED, que consome menos. Vai ser preciso um Natal diferente… O Bom Velhinho deve trazer como presente ensinamentos sobre eficiência energética e economia, neste 2022.

E da economia para o futebol – expectativa pela estreia de Portugal na Copa do Mundo

Por aqui, a decoração natalícia se mistura aos enfeites das cores do país, nas vitrines e nas ruas. Portugal entra em campo essa semana, quinta-feira, às 16h pelo horário de Lisboa; 13h no Brasil. O jogo é contra a seleção de Gana. Mas o Mundial está dando o que falar não só entre quem é fanático pelo futebol. É que os assuntos relacionados à diferença cultural e às tradições no Catar têm ganhado mais espaço nas redes sociais e na mídia do que os próprios jogos.

Uma jornalista argentina foi surpreendida pela ação das autoridades quando foi reportar o furto da carteira com seus documentos e cartão de crédito. Ela, que trabalha na cobertura do Mundial, fez um relato sobre o que aconteceu: as autoridades perguntaram a ela qual a pena que a jornalista achava adequada para aplicar aos infratores. Cinco anos de prisão ou deportação eram as opções. “Eu dizia que queria as minhas coisas. Não queria pôr-me no lugar da Justiça”. As autoridades disseram que os responsáveis seriam encontrados, pois o local tinha câmeras de alta definição em toda a parte e insistiram na pergunta de qual a pena a jornalista queria que fosse aplicada.

E outro assunto fora de campo que ganhou repercussão foi o caso do jornalista norte-americano barrado na entrada do estádio por estar usando uma camiseta com o desenho de um arco-íris estampado, imagem usada como símbolo de apoio à comunidade LGBT. Grant Wahl publicou uma foto no Twitter poucos minutos antes de ter o telefone recolhido pelos seguranças. Eles alegaram que a camiseta escolhida fazia referência à política e que isso que não era permitido no país. Outro segurança acrescentou que ele deveria trocar de roupa até para a sua segurança, pois poderia causar constrangimento e até reações agressivas por parte dos torcedores que conhecem as regras no Catar.