Após dois anos, Central de UTI do Husm ainda não opera na capacidade máxima

Bibiana Pinheiro

Após dois anos, Central de UTI do Husm ainda não opera na capacidade máxima
Foto: Bibiana Pinheiro (Diário)

No mês passado, a Central de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Universitário de Santa Maria (Husm) completou dois anos de funcionamento. Atualmente, são 60 leitos disponíveis aos pacientes. A capacidade, no entanto, é de 85. Depois de 24 meses de atuação – e após anos de espera pela efetivação da central –, a expectativa e o trabalho neste momento é para a ampliação e habilitação de novos leitos, principalmente nas áreas de cardiologia e neonatal, que são os setores que mais preocupam a direção.

Conforme Soeli Guerra, gerente de Atenção à Saúde do Husm, os leitos estão divididos em 20 na Unidade de Terapia Intensiva adulto; 10 na cardiologia; 10 na pediatria, para atender crianças maiores de um ano; e outros 10 na neonatal para atender bebês prematuros. Soma-se ao neonatal mais 10 leitos, pois a cada leito de neonatal é liberado um intermediário, em que a mãe fica intervalos de tempo com o bebê. 

Segundo a gerente, passam cerca de 65 pacientes por mês na unidade de terapia adulta e 80 na de cardiologia. Os pacientes chegam até o hospital pelo gerenciamento da Secretaria Estadual de Saúde (SES). A assessoria do hospital indica que os pacientes internos que recebem o primeiro atendimento no Pronto-Socorro do Husm acessam a UTI seguindo critérios internos definidos por protocolos da própria instituição. Os valores destinados à central vêm do Fundo Nacional de Saúde, com recursos do Ministério da Saúde.

Urgência: novos leitos! 

Desde o início do funcionamento, foi solicitado que novos leitos sejam habilitados para chegar mais perto da capacidade máxima. Para que um leito de UTI seja habilitado, é necessário estrutura física e equipamentos, mas não só isso. No caso da central, salienta a gerente de Saúde Soeli Guerra, o espaço físico existe e, junto a ele, há um laboratório de exames e profissionais capacitados para atender os casos de alta complexidade, viabilizando o cenário adequado do serviço.  

A profissional indica que seriam necessários mais 10 leitos neonatal e outros 10 na cardiologia. A solicitação ainda tramita internamente e deve ser levada ao governo federal, mas sem previsão de quando entrará em funcionamento. Devido à necessidade de ampliação, os casos urgentes que chegam ao hospital fazem com que leitos já existentes, de outras especialidades, sejam usados para atender a demanda destas áreas. 

— Designamos uma média de seis leitos da UTI adulto para atender as demandas de cardiologia. E não bastasse, é comum também utilizarmos quatro leitos da nossa sala de recuperação para atender a demanda — enfatiza Soeli. 

O atendimento nos primeiros minutos de vida  

No caso da UTI neonatal, o hospital é capacitado e referência para atender a gestação de alto risco. Segundo Soeli, os 10 leitos são insuficientes:

— Precisamos habilitar uma UTI cardiológica no hospital, assim como uma UTI neonatal, frente às necessidades e até a demanda de leitos extras, que acabamos designando para atender a gestação de alto risco.

Urgência em Cardiologia 

Neste contexto, para Soeli, ainda que haja avanços de serviços que contemplem a cardiologia em outras instituições, como no Hospital Regional, ainda não é possível desafogar a demanda do Husm. Um dos exemplos citados é o serviço de hemodinâmica no Hospital Regional, que está está previsto para ser implementado em julho deste ano, e permitirá o diagnóstico e tratamento de doenças do coração e dos vasos sanguíneos a partir de procedimentos cirúrgicos. Em contrapartida, para Soeli, mesmo com este serviço, o Husm continuará sobrecarregado. 

— Tem que ampliar os leitos (do Husm) igual, pois para atender os pacientes precisamos de uma equipe de cirurgia acessível. Mais do que um aparelho e suporte clínico, necessitamos de especialidades médicas diversas, um suporte de emergência e de procedimentos. 

Criada para atender casos graves 

A Central de UTIs nasceu por meio de pressão de gestores da Região Central e do governo do Estado pela carência de leitos que atendam pacientes com graves problemas, os quais precisam de cuidados e supervisão constante.

A  obra, que apesar dos revezes começou a ser executada em 2012, foi realizada com recursos da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). A instituição também arcou com a aquisição da maioria dos equipamentos (respiradores e estativas). Já a habilitação de leitos faz parte de um projeto de expansão, dimensionado no início dos anos 2000.

Funcionamento

60 Leitos funcionando atualmente

Adulto

20 Unidades de terapia intensiva adulto – capacidade total funcionando

10 Unidades da cardiologia intensiva funcionando – com solicitação de mais 10 leitos  

Pediátrico

10 unidades de terapia intensiva pediátrica, com foco em crianças maiores de um ano

10 Unidades de terapia intensiva neonatal, que atendem crianças até um ano – com solicitação de mais 10 leitos

A cada leito de neonatal, libera um leito intermediário. Logo, são 10 leitos intermediários, em que a mãe fica por intervalos de tempo com o bebê. 

HISTÓRICO

A obra da Central de UTIs do Husm começou em agosto de 2012 e tinha previsão de término em dois anos 

Em julho de 2013, após discussões entre UFSM e empreiteira, o contrato foi rescindido

No mês seguinte, em agosto de 2013, um novo contrato foi firmado com uma segunda empresa

Em 2015, a construtora responsável iniciou um debate com a UFSM sobre reequilíbrio financeiro. Em 2016, o contrato foi encerrado

Ainda em 2016, em abril, uma terceira empreiteira assinou contrato com a UFSM. O prazo de entrega foi prorrogado, mas o contrato foi rescindido em 2018

Em julho de 2019 foi lançado mais um edital de licitação, porém a empresa foi considerada inabilitada. Em outubro do mesmo ano, a situação se repetiu

A obra foi retomada outra vez em abril de 2020 em caráter emergencial, já nos primeiros dias de pandemia na cidade

A obra foi entregue em outubro de 2020

Começou a funcionar em fevereiro de 2021 

Em fevereiro fez dois anos de funcionamento

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