data-filename="retriever" style="width: 100%;">Fotos: Gabriel Haesbaert (Diário)
Pelo menos oito bairros da região central de Santa Maria estão sem água ou com oscilação de pressão desde o último sábado, conforme a Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan). Uma queda de energia elétrica, que aconteceu durante a madrugada, acabou atingindo o sistema de captação de água da companhia. O alerta emitido no mesmo dia previa, inicialmente, que a situação fosse normalizada até o final da tarde de sábado. No entanto, embora a energia tenha sido restabelecida, o desabastecimento seguiu até a semana seguinte.
Desde sábado, os hidrômetros do Residencial Campos Largos, no Bairro Nossa Senhora do Rosário, estavam parados. Sem pressão, a água não chegava nos reservatórios das residências, o que causou a indignação dos moradores. O aposentado Carlos Correa, de 65 anos, relata que entrou em contato de diversas formas, inclusive presencialmente, com a Corsan.
- Me disseram que faltou energia no setor do bombeamento e que estavam trabalhando nisto. Mas só. Meu questionamento é por que não tem um gerador em algo tão importante. Eu, sinceramente, estou bem indignado - desabafa.
Os moradores tiveram que improvisar na hora de atividades simples, como lavar a louça ou tomar banho.
- É tudo com balde. Estamos pegando a água na primeira torneira do condomínio, que tinha água, mesmo que fraquinha - explica Nilton Cardoso, síndico, que chegou a realizar 11 ligações para o call center da Corsan, pelo telefone 0800 646 6444.
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Enquanto que a reportagem do Diário estava no local, nesta quarta-feira, uma equipe da Corsan chegou para avaliar a situação. De acordo com os funcionários, a situação estava se normalizando e, até a noite, a pressão da água seria restabelecida.
O QUE DIZ A CORSAN
A companhia informou que, com os problemas de captação, a distribuição também foi afetada. A demanda dos consumidores, contudo, não parou.
- Nós mantemos o sistema operando, além da reservação, as caixas d'água. Essa situação acabou resultando numa redução nos reservatórios. Por conta disso, tivemos vários locais desabastecidos - explica a chefe da unidade local da Corsan, Andreia Zanini.
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Segundo Andreia, localidades planas precisam de um tempo maior para que os reservatórios possam ser preenchidos novamente.
- Infelizmente, o abastecimento de água não é como o de energia elétrica. Temos que monitorar pressão e vazão para que não aconteçam rompimentos. Para que todos sejam abastecidos novamente, leva um tempo - fala.
O monitoramento é feito 24 horas por dia. A Corsan oferece, ainda, atendimento de caminhões pipa para quem está sem abastecimento. O serviço pode ser solicitado pelo telefone 0800 646 6444, por meio de um registro que gera um protocolo de atendimento.
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Entretanto, nem todos podem receber o atendimento. É necessário que a caixa de água siga um padrão estabelecido pela companhia. Conforme a chefe da unidade local da Corsan, há ruas em que o acesso dos caminhões não é possível. Além disso, quando o reservatório se localiza ao fundo de uma residência, o atendimento também pode ser inviável.
O QUE DIZ A PREFEITURA
O órgão afirmou, via assessoria de comunicação, que tem conhecimento sobre a situação, informada pela Corsan. Segundo a prefeitura, não é incomum ocorrer falta de água por motivos não programados, por exemplo, quando alguma obra da travessia urbana rompe a rede de água.
O contrato entre o município e a companhia prevê que problemas de abastecimento devam ser solucionados em até 24 horas a contar do registro da reclamação. Caso os problemas não sejam solucionados em até 24 horas, poderá ser aplicada a penalidade de multa de 0,05% do arrecadamento bruto da CORSAN no município no último mês mais R$ 50.000,00 por dia.
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A multa não é aplicada quando há necessidade serviços especializados a serem realizados à noite, ou que sejam resultado de intervenções indevidas na rede de abastecimento por ocupações irregulares, bem como falta de energia nas estações de bombeamento, que é o causa da situação atual.
A fiscalização é feita pela Superintendência de Monitoramento e Fiscalização dos Serviços de Água e Esgoto, vinculada à Procuradoria Geral do Município. Sempre que se tem conhecimento de problemas de abastecimento, a Corsan é consultada para apresentar os motivos e as soluções utilizadas, e é feita a avaliação se a situação é passível de multa ou não.
As reclamações sobre os serviços realizados pela Corsan, quando não atendidos pelos canais da própria companhia, podem ser realizadas através da Ouvidoria Geral do Município através do número 156 ou no site da prefeitura, informando o problema e os números de protocolos da Corsan.
*Colaboraram Felipe Backes e Leonardo Catto