O reitor da UFSM, Luciano Schuch, explicou que a proposta de repensar as formas de ingresso na Instituição era uma pauta trazida pela gestão desde a campanha para eleição à reitoria. Ele destacou que grande parte dos alunos não entram nos cursos por vontade vocacional e sim pelo o que a pontuação do ENEM permitiu escolher, por isso muitos trocam de graduação.
Além disso cerca de 60% das vagas são preenchidas em processos de vagas complementares e chamada oral e apenas 40% são provenientes do Sistema de Seleção Unificado (SISU). Ademais, salientou que a Universidade se caracteriza por ser ampla, inclusiva e diversa e, sendo assim, uma única forma de ingresso não daria conta de manter essa característica, por isso a necessidade de repensar os processos:
– O que garante o aluno de baixa renda entrar na universidade não é o sistema de ingresso, é a política de cotas. O vestibular, antigamente, com certeza era elitista pois não tínhamos uma política de cotas, agora, não importa o sistema que estaremos usando, 50% dos nossos alunos são de baixa renda, cotistas. O nosso objetivo com a ampliação das formas de ingresso é formar cada vez mais alunos.
Por fim, o conselheiro Daniel Balin, representante do DCE no Cepe pediu vistas ao processo e a solicitação foi concedida. O conselheiro defendeu o SiSU como um processo democrático de ingresso e questionou o retorno dos modelos próprios (vestibular e PSS) pela restrição de possibilidade de acesso. Daniel também indagou sobre o momento para realizar essa alteração, já que o ensino médio passa por mudanças e isso deve ser analisado.
Por outro lado, afirmou que demais formas de ingresso constantes na resolução, como para quilombolas ou pessoas transgênero, não devem ter aprovação condicionada ao retorno do vestibular, já que tais iniciativas trazem avanços para a Instituição.
– Precisamos fortalecer e garantir o acesso democrático à universidade. Precisamos ampliar as políticas de ações afirmativas para o ingresso e permanência de estudantes negros e indígenas na Instituição. É necessário fortalecer o debate sobre evasão e políticas de permanência estudantil.
A proposta
O que a nova resolução propõe é que, além do SiSU e de outras formas de ingresso já tradicionais, a Universidade passe a adotar o PSS e o vestibular presencial. Também consta no documento a proposta de processos seletivos específicos para ingresso de pessoas de comunidades quilombolas; com 60 anos ou mais; atletas de alto rendimento; estudantes medalhistas em competições de conhecimento; pessoas transgênero; pessoas com deficiência; refugiados e imigrantes em situação de vulnerabilidade; indígenas, entre outros.
A votação acontece por maioria simples, sendo aprovada, a resolução já começa a valer e, para o segundo semestre de 2023, já será possível realizar as provas do vestibular e do PSS, gradualmente. A implementação completa, com 30% das vagas para o Sisu, 30% para o Vestibular e 40% para a terceira etapa do PSS, só acontecerá no primeiro semestre de 2026.
Implementação
Em 2023
Para ingresso no segundo semestre letivo, que oferece cerca de 1,5 mil vagas de graduação
Sisu, com 70% das vagas
Vestibular, com 30%
1º semestre de 2024
Para ingresso no primeiro semestre letivo, em todos os campi da instituição
Sisu, com 70% das vagas
Vestibular, com 30%
Primeira etapa do processo seletivo seriado (PSS1)
2º semestre de 2024
Para ingresso no segundo semestre letivo
Sisu, com 70% das vagas
Vestibular, com 30%
1º semestre de 2025
Para ingresso no primeiro semestre letivo
Sisu, com 70% das vagas
Vestibular, com 30%
Segunda etapa do processo seletivo seriado (PSS2)
2º semestre de 2025
Para ingresso no segundo semestre letivo
Sisu, com 70% das vagas
Vestibular, com 30%
1º semestre de 2026
Para ingresso no primeiro semestre letivo
Sisu, com 30% das vagas
Vestibular, com 30%
Terceira etapa do processo seletivo seriado (PSS3), com 40%
*Com informações da UFSM