Após atos de racismo

Alunos fazem sete reivindicações, e Reitoria da UFSM segue ocupada

Pâmela Rubin Matge

O desdobramento dos sucessivos ataques racistas na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), suscitaram um cenário de enfrentamento dentro da própria instituição. É que desde a última sexta-feira, depois de uma reunião do Conselho Universitário (Consu), alunos ocupam a Reitoria e cobram ações mais efetivas por meio de  sete reivindicações.

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Denominada Ocupação Antirracista na Reitoria da UFSM, construída pelo Movimento de Negras e Negros e apoiada pelo Movimento Estudantil, o grupo busca combater os casos de apologia ao nazismo e ações racistas e demais medidas acerca da assistência e permanência dos estudantes na universidade.

Publicado na fanpage Ocupação Antirracista - Reitoria/UFSM, os alunos divulgaram o porquê estavam ocupando. O post mencionava que "além do descaso enfrentado pelos estudantes que apresentaram as pautas no Consu (na última sexta), os negros e negras presentes tiveram que enfrentar olhares de reprovação e piadas racistas vindas dos conselheiros". Após, elencaram as seguintes reivindicações:

1) Identificação e punição imediata dos agressores;
2)  Construção de uma campanha de combate ao racismo pela Reitoria;
3) Supressão da atual proposta da minuta referente ao Código Disciplinar Discente;
4) Supressão da proposta de agendamento punitivo do RU;
5) Implementação imediata de reserva de vagas na pós-graduação para negros, indígenas, pessoas trans, quilombolas, estudantes migrantes em situação de vulnerabilidade;
6) Implementação da Resolução 02/2015 no que se refere a Educação das relações étnico-raciais;
7) Inserção de negros e negras nos espaços de atendimento ao estudante

Na noite de domingo, a UFSM emitiu outra nota, inclusive, mencionando a abertura de uma sindicância e demais medidas anunciadas como resposta às reivindicações.  Porém, a tarde desta segunda-feira foi marcada por  assembleias entre ocupantes e os servidores não acessaram ao prédio da Reitoria, que se manteve de portas fechadas. O diálogo entre o reitor e os ocupantes ainda não chegou a uma negociação. À reportagem do Diário, alunos da ocupação alegaram que só responderiam por meio da página da ocupação. A reportagem enviou perguntas inbox, mas, ainda não foram respondidas.

 Santa Maria, RS, Brasil, 27/11/2017.Desde a última sexta-feira, alunos ocupam a reitoria e reivindicam por respostas aos atos de racismo na instituição
Foto: Charles Guerra / New Co

Pelo campus, protestos por meio de cartazes. Nas redes sociais, diferentes manifestações. Além da militância pelo fim de atos racistas, críticas à universidade estampavam as faixas e posts. Paralelamente, a investigação da Polícia Federal, que apura os três casos de racismo na UFSM, o primeiro em agosto, o segundo em setembro, e, o da última terça-feira, quando uma parede do diretório do curso de Ciências Sociais foi pichada com a frase "brancos no topo, fora macacos" ao lado do nome de três alunos do curso,  não trouxe novidades. Após listas de chamadas e outros documentos serem solicitados à UFSM, a assessoria de comunicação da PF informou que alguns alunos foram inqueridos para serem ouvidos até o final desta semana.


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