Alimentação animal: o que pode e o que não pode

Assim como diz a música "comer é o melhor para poder crescer", essa premissa vale para os seres humanos, mas também vale para os animais. É muito importante para a saúde do cachorro, por exemplo, que sua alimentação seja saudável e equilibrada.

A médica veterinária, Ana Paula Pilla, explica que a ração deve ser escolhida conforme as características do animal, tais como idade, porte e raça. Além disso, os tutores devem prestar atenção às quantidades das porções oferecidas aos bichos.

Segundo a veterinária Nathalia Franco, há um crescimento no número de animais obesos e com alterações endócrinas, como a diabetes, por conta da alimentação em excesso. Apesar disso, Ana Paula explica que não se deve servir ração apenas uma vez por dia para o animal porque o cachorro acaba comendo muito de uma vez só, o que dilata o estômago.

– O ideal é que o cachorro adulto se alimente duas vezes ao dia – explica.

Para raças de grande porte, a médica veterinária Nathalia Franco recomenda uma alimentação fracionada em três ou mais vezes ao dia. Ela explica que isso possibilita ao cachorro uma sensação de saciedade.

– Quando isso ocorre, há uma menor predisposição no desenvolvimento de alterações gástricas importantes – acrescenta a veterinária.

Além disso, os tutores devem estar atentos na hora de escolher a ração. Segundo Nathalia, uma ração de alta qualidade diminuiu a prevalência de doenças orais, como tártaro e periodontite.

ORIENTAÇÃO

As dicas são seguidas à risca na casa da estudante e cuidadora de idosos Nina Nunes, 32 anos, e do professor Gabriel Optiz, 28, tutores de She-ra, Lord e Bossa.

– Procuro não dar alimentos que nós humanos comemos, pois eles contêm muita gordura e sódio – comenta Nina.

Segundo a veterinária Ana Paula, alimentos como doces, derivados do leite e produtos industrializados não são tolerados pelo organismo do animal, o que pode gerar uma intoxicação alimentar.

O chocolate, por exemplo contém uma substância tóxica chamada teobromina, que provoca alterações musculares, cardíacas e nervosas no organismo do animal.

Nina e Gabriel não descuidam da alimentação dos três vira-latas e usam um suplemento feito de farelo de casca de ovo para oferecer vitaminasFoto: Gabriel Haesbaert / NewCO DSM

Um agradinho faz mal?

Nina comenta que segue uma recomendação do veterinário para oferecer vitaminas aos cães: ela costuma bater a casca de ovo no liquidificador, até virar um pó, e mistura na ração. A veterinária Nathalia diz que essa técnica promove a suplementação de cálcio à dieta.

– Esse complemento pode ser indicada em casos de doenças específicas, mas só deve ser administrado após a avaliação rigorosa de um médico veterinário – comenta a especialista.

Alguns alimentos como cenoura crua, banana, melancia e outros legumes podem ser utilizados como recompensa e agrado ao animal. Entretanto, Nathalia comenta que isso não deve exceder 10% do total da dieta diária do animal.

A veterinária Ana Paula também recomenda a prática, mas esclarece que os legumes devem ser preparados para serem consumidos somente pelo animal, sem a utilização de molhos ou temperos específicos para saladas.

Apesar da possibilidade de oferecer mimos sem prejudicar a saúde do bicho, Nathalia esclarece que, se o animal consome uma ração de boa qualidade e adequada às suas características, não é necessário incluir outros alimentos na dieta.

O que pode?
_ Cenoura crua
_ Beterraba crua
_ Brócolis
_ Tomate
_ Banana
_ Melancia
_ Vagem
_  Maçã
_ Pêssego

O que não pode?
_ Chocolate
_ Cafeína
_ Chás
_ Cebola
_ Uvas e uvas passas
_ Açúcar
_ Carne do churrasco
_ Ossos
_ Derivados do leite