Um alarme falso de incêndio causou tumulto no Royal Plaza Shopping, em Santa Maria, por volta das 16h20min de sábado. Boa parte das 6 mil pessoas que estavam no prédio entrou em pânico e saiu correndo do local. O tumulto durou cerca de 15 minutos, até as pessoas se darem conta que não havia fogo.
Para o administrador do shopping, Ruy Giffoni, um grupo de adolescentes entre 14 e 17 anos teria combinado o ato. O alarme foi acionado no primeiro andar, próximo à entrada. No mesmo instante, dois jovens, um na escada central do shopping e outro, na praça de alimentação, saíram correndo e começaram a gritar "fogo", o que desencadeou a confusão.
A praça de alimentação ficou quase vazia, e os clientes que estavam lá puderam deixar o prédio pela saída de emergência. Com o tumulto, três clientes passaram mal e receberam atendimento médico. Também há relatos de pessoas que tentaram usar os elevadores para chegar ao térreo e foram impedidas por seguranças. A administração do shopping nega o fato.
Assim que o alarme disparou, a maioria dos lojistas ficou nas lojas porque percebeu logo que se tratava de alarme falso, já que os sprinklers (chuveirinhos que detectam fumaça e liberam água automaticamente) não foram acionados. O Corpo de Bombeiros foi acionado e algumas viaturas se deslocaram até o local.
Segundo a funcionária de uma loja que não quis ser identificada, não é a primeira vez que os alarmes disparam.
- Isso acontece com frequência, porque os dispositivos de alarme ficam em locais de fácil acesso para todos, até para crianças, próximo ao chão. Mas dessa vez foi diferente, porque gritaram que o shopping estava pegando fogo - relatou a funcionária.
Os pontos de alarme devem ficar em local de fácil acesso conforme definido por lei. A funcionária disse ainda que ouviu boatos de que pessoas que estariam fazendo compras teriam aproveitado a ocasião para furtar objetos.
Depois que foi confirmado que o alarme era falso, os clientes voltaram ao shopping, mas o movimento durante a noite de sábado foi menor. Ontem, o fluxo de pessoas já era considerado normal.
Confira imagens da saída dos clientes
Confusão pode ter sido planejada
O administrador acredita que tudo foi premeditado e que, depois de gerar o tumulto, o grupo teria filmado a confusão com celulares para publicar nas redes sociais.
- O público ficou alarmado, houve correria. Três pessoas passaram mal. Uma senhora desmaiou e nós tivemos que chamar a Unimed para prestar atendimento. Eu não entendo o que leva alguém a fazer isso - reclamou Giffoni.
O administrador assegurou que não existe motivo para as pessoas terem pânico, porque o shopping é um dos lugares mais seguros da cidade. No prédio, existem cerca de 350 extintores de incêndio, 36 hidrantes e 3,5 mil sprinklers, que podem apagar um incêndio em poucos minutos.
O shopping também tem uma Brigada de Incêndio, formada por pessoas treinadas a evacuar o prédio em casos de emergência. Todas as lojas possuem pelo menos um funcionário capacitado para atuar em casos de incêndio.
Ocorrência policial deve ser registrada
A administração está buscando, nas imagens das câmeras de segurança, identificar quem acionou a alavanca do alarme. Um boletim de ocorrência deve ser registrado na Polícia Civil para que os suspeitos sejam responsabilizados criminalmente.
De acordo com o delegado Márcio Schneider, causar tumulto ou provocar pânico em pessoas é considerado um ato infracionário e pode trazer consequências na esfera penal.