Chacina no trânsito

Acidente que matou sete pessoas foi o que registrou o maior número de óbitos da última década na Região Central

Maurício Araujo e Gabriela Perufo

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O acidente que vitimou sete pessoas na noite de terça-feira na BR-287, em Santa Maria, foi consequência clara de uma imprudência, segundo especialistas em trânsito. A colisão frontal entre os dois veículos tirou a vida de seis dos sete ocupantes de um Monza e do motorista de um Twingo. Uma adolescente que estava no Monza, única sobrevivente do acidente, seguia internada em observação no Hospital Universitário de Santa Maria (Husm).

O acidente ocorreu em uma noite triste para Santa Maria, quando a tragédia na boate Kiss completou dois anos. Entre os mortos na colisão, seis eram jovens _ todos amigos e parentes. Os sete ocupantes do Monza moravam nos bairros Km 2 e Alto da Boa Vista. João Paulo Pereira da Silva, 29 anos, que conduzia o carro, estava acompanhado da mulher, Luciele Bittencourt Escobar, 29 _ que estava grávida de quatro meses.

No carro, também estava Leandro Silva Dias, 19 anos, sobrinho de João Paulo, além dos amigos Jessica Santos Bittencourt, 16, e Lucas Silveira Marques, 20. Luan Patrick Farias, 19, sobrinho de Lucas, também estava no veículo. Os seis morreram na estrada.

Nesta quarta-feira, Luciele e Jéssica foram sepultadas no Cemitério Ecumênico de Santa Maria. Às 9h de hoje, João Paulo, Leandro, Lucas e Luan serão sepultados, também no Ecumênico. A sétima vítima do acidente é Pierry André de Oliveira, 41 anos, foi sepultada às 20h de quarta-feira, no Cemitério Municipal de São Pedro do Sul.

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) e o Instituto Geral de Perícias (IGP) afirmam que há indícios de que o motorista do Twingo _ que seguia no sentido São Pedro do Sul- Santa Maria _ invadiu a pista contrária. Porém, no Monza havia sete pessoas, o que contraria o código de trânsito. Além disso, o motorista do Monza não possuía Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e todos os ocupantes estavam sem cinto de segurança, conforme a PRF. No interior do veículo onde estavam as seis pessoas, foram encontradas latas de cerveja.

_ É uma cadeia de imprudência. Uma pessoa sem habilitação não vai ser preocupar se o carro está além da capacidade, pois a falta de fiscalização dá essa abertura ao motorista. As pessoas precisam respeitar as normas para evitar tragédias como essa_ explica Eduardo Biavati, sociólogo e especialista em trânsito.

Laudos confirmarão causas do acidente

Uma noite escura, com uma garoa rápida e fina formavam o cenário do acidente. No quilômetro 253, na BR-287, perto da Ulbra, os dois veículos colidiram, deixando sete mortos. Há pelo menos 10 anos, não ocorria um acidente com tantas mortes em Santa Maria e na região.

A única sobrevivente do acidente segue internada no Hospital Universitário de Santa Maria (Husm). A versão dela, bem como os laudos do Instituto Geral de Perícias (IGP) e da Polícia Rodoviária Federal (PRF) deve indicar, nos próximos dias, o que de fato ocorreu no local. Não houve testemunhas do acidente.

_ Os vestígios mostram que o Twingo invadiu (a pista contrária), mas somente os laudos periciais irão comprovar o que aconteceu, pois não temos testemunhas _ explica o perito do IGP, Rafael Noro. Ele acredita que em um mês o laudo seja encaminhado à Delegacia de Trânsito.

Conforme a PRF, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado, mas só conseguiu socorrer duas das oito pessoas envolvidas na colisão. Os dois sobreviventes foram levados ao hospital, mas um deles morreu horas depois. Foi necessário usar o desencarceirador para retirar das ferragens duas vítim"

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