Abstenções podem ser decisivas nestas eleições

Maurício Araujo

Abstenções podem ser decisivas nestas eleições

Neste domingo (2), os brasileiros têm em suas mãos o poder de transformar realidades por meio do sufrágio universal. O artigo 1º da Constituição Federal assegura que “todo poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente”. Mais que uma ação de cidadania, ir às urnas é uma questão de responsabilidade social. Ao votar, o eleitor participa dos destinos e das escolhas da sociedade. Exercer esse direito não deve ser entendido apenas como obrigação, mas como participação ativa do que se quer para o país e para o Estado. Por isso, cada vez mais se faz necessário ir às urnas e evitar os altos índices de abstenção.

Desde 2006, conforme dados do Superior Tribunal Eleitoral (TSE), a abstenção, tanto no primeiro quanto no segundo turno, tem crescido consideravelmente nas eleições gerais. São milhões de brasileiros que deixam de exercer um direito fundamental para a democracia.

No último pleito, 20,33% dos eleitores não votaram no primeiro turno, e o número ainda aumentou no segundo, quando chegou a 21,30%. As porcentagens representam cerca de 30 milhões de ausências, número que, invariavelmente, pode definir uma eleição. Em 2014, os índices de abstenção marcaram 19,39% e 21,10%, respectivamente. Em 2010, o primeiro turno teve 18,12% de abstenção, e o segundo 21,50%. Por fim, em 2006, os dados do TSE apontaram que 16,75% dos brasileiros deixaram de votar no primeiro turno, enquanto no segundo foram 18,99%.

Seja por descrédito com a classe política ou por alguma individualidade, como estar fora do domicílio eleitoral, a abstenção tem marcado as últimas eleições. Caso se mantenha no patamar dos 20% neste ano, como nos últimos quatro pleitos, ela vai ser decisiva para definir se haverá ou não um segundo turno na disputa para a presidência. É impossível estimar um número, e há quem acredite que os índices de abstenção possam cair devido à polarização nacional.

Porém, reitera-se, votar é um direito e uma conquista do povo brasileiro. Trata-se de responsabilidade social e democracia. Abster-se desse momento é não participar da construção da história do país. Que tenhamos consciência nas escolhas e continuemos a acreditar que podemos fazer a diferença por meio da eleição dos nossos representantes em Brasília e no Estado. Então, se nada o impede, exerça esse direito e vote neste domingo.

Abstenções nos últimos quatro pleitos

2018

Primeiro turno – 20,33% (29,9 milhões)Segundo turno – 21,30% (31,3 milhões)

2014

Primeiro turno – 19,39% (27,6 milhões)Segundo turno – 21,10% (30,1 milhões)

2010

Primeiro turno – 18,12% (24,6 milhões)Segundo turno – 21,5% (29,1 milhões)

2006

Primeiro turno – 16,75% (21 milhões)Segundo turno – 18,99% (23,9 milhões)

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