Campeã em buraqueira

A situação da pior rodovia do Estado, entre São Vicente do Sul e Rosário do Sul

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Um pódium que ninguém queria. O trecho 85, composto pelas ERSs 241, e 640 e pela BR-158, que liga São Vicente do Sul a Santana do Livramento/Rivera, foi eleito o quinto pior do país em pesquisa divulgada nesta quarta-feira pela Confederação Nacional do Transporte (CNT). Outra ligação importante da Região Central, que leva de São Borja à BR-386 (Tabaí-Canoas) e inclui a BR-287 e a RSC-287 em Santa Maria, também ficou para trás: é a 26º pior do Brasil. O estudo da CNT revela, ainda, que, dos 529 quilômetros avaliados como péssimos no RS, cerca de 115 pertencem à Região Central.

O trecho entre São Vicente e a fronteira uruguaia avaliado pela CNT tem 114 quilômetros e foi classificado como ruim. Quando analisadas as rodovias em separado, a situação ainda é pior. Os dois trechos mais críticos da região, classificados como péssimos nos quesitos geral, pavimento (condição da pista) e sinalização (horizontal e vertical) partem de São Vicente do Sul: pela ERS-241, em direção a São Francisco de Assis, e pela ERS-640, em direção a Cacequi. As notas baixas no ranking também levam em conta a geometria da estrada (que considera, por exemplo, a presença de faixas adicionais, curvas perigosas sem proteção ou sinalização e acostamento) e a infraestrutura de apoio, como oferta de borracharias, oficinas mecânicas, postos de combustível e lanchonetes.



R$ 2,5 mil de prejuízo

O caminhoneiro Gildomar Michelin, 33 anos, ainda contabiliza os prejuízos da viagem que fez a trabalho. O profissional, que mora em Cacequi, perdeu dois pneus, em um trajeto de 500m, na RS-640, quando viajava a Rosário do Sul. Segundo ele, o problema é antigo, e os pequenos reparos que eventualmente são feitos não adiantam.

– Tive um prejuízo de R$ 2,5 mil. Trabalho há seis anos como caminhoneiro, e não há outra opção para seguir. Reduzimos a velocidade para não pegar os buracos, mas um carro tem que tomar a pista do outro. A gente se arrisca – lamenta Michelin.





O prefeito de Cacequi, Flávio Machado (PTB), afirma que os prejuízos com a má conservação da estrada são incontáveis. Segundo ele, acidentes já foram registrados no trecho, além de investimentos que deixaram de chegar para a cidade.

– Os carros precisam ir pelo acostamento e entrar campo a dentro porque não tem condições de andar na faixa. Os caminhões não compram mais matéria-prima da cidade, pois preferem fazer distância mais longa do que ter que passar por aqui.

Em 20 de agosto deste ano, a Câmara de Vereadores de Cacequi encaminhou solicitação à Secretaria Estadual de Transporte solicitando melhorias na via.

– Tivemos resposta de que seriam tomadas providências, mas, até agora, nada. Não são só pneus que podem estourar, há risco de acidente graves – diz o vereador Alex Wancura.

O prefeito de São Vicente do Sul, Fernando Pahim (PP), afirma que diversas audiências públicas já foram feitas com técnicos do Daer para resolver o problema das condições da estrada, mas, até agora, nenhuma medida mais concreta foi tomada:

– Os técnicos já percorreram o trecho e nos dizem que o problema é o solo, que é arenoso e, por isso, dificulta o trabalho. Eles até fazem operações tapa-buraco, mas acaba sendo dinheiro colocado fora, porque, com chuvas e o peso dos caminhões, o trabalho se desfaz.



RSC-377, em Santiago, também é ruim

Ainda na região, a pesquisa da Confederação Nacional"

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