Universidades de Santa Maria devem auxiliar na reconstrução da Quarta Colônia

Universidades de Santa Maria devem auxiliar na reconstrução da Quarta Colônia

Fotos: Beto Albert (Diário)

Com base no conceito de resiliência climática, pesquisadores da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e Universidade Franciscana (UFN) desenvolverão projetos de reconstrução do Geoparque Quarta Colônia. 

O compromisso foi firmado durante o 1° seminário estratégico do Comitê Científico do Geoparque Quarta Colônia, que ocorreu na terça (18) e quarta-feira (19) nos municípios de Silveira Martins e Faxinal do Soturno. Em entrevista ao Diário, o geógrafo e coordenador do Comitê Científica do Geoparque Quarta Colônia, Adriano Figueiró, explicou os objetivos da iniciativa:

O Comitê Científico é composto por quase 40 pesquisadores doutores das mais diferentes áreas do conhecimento e que tem a missão de construir um projeto integrado para a resiliência desse território. Nós definimos cinco eixos, que envolvem desde a educação nas escolas até o mapeamento de áreas de risco. Então, esse Comitê vai atuar não no sentido de executar os projetos, mas de assessorar as equipes. 

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Compromisso

A programação do seminário começou com atividades internas do Comitê Científico da Quarta Colônia na tarde de terça na Unidade descentralizada de Silveira Martins. Já o segundo dia de evento foi realizado na Câmara de Faxinal do Soturno. Na ocasião, o reitor da UFSM, Luciano Schuch, e a vice-reitora da UFN, Solange Fagan, destacaram a importância da educação para pensar uma Quarta Colônia mais sustentável. 

O compromisso firmado pelas instituições de Ensino Superior é motivo de esperança para o prefeito de Faxinal do Soturno e coordenador político do Geoparque Quarta Colônia, Clóvis Montagner. Além do município, a região é formada por Agudo, Dona Francisca, Ivorá, Nova Palma, Pinhal Grande, Restinga Sêca, São João do Polêsine e Silveira Martins, que registraram estragos e mortes por conta das fortes chuvas. 

– Teremos o auxílio do Comitê na elaboração de projetos, mas principalmente para o futuro. Precisamos pensar em como será a relação dessa região com a natureza. As obras a serem feitas precisam ser diferentes para comportar outras possíveis situações. Então, vamos precisar da ciência e dos estudos. O recado que a natureza está dando é muito claro: ela precisa ser respeitada. O nosso entendimento sobre como tratar da terra e das margens dos rios terá que ser permanente para a preservação regional. O movimento que está sendo feito pelo Geoparque é fundamental nesse momento – afirma Montagner. 

Entre as autoridades que participaram do seminário, estava o ex-secretário estadual de agricultura e representante da Secretaria Extraordinária da Presidência da República para apoio à reconstrução do Rio Grande do Sul, Cláudio Fioreze. Nos próximos anos, a Quarta Colônia e outras regiões gaúchas devem contar com recursos para recomeçar.

Foi anunciado uma “sesta” de recursos grande do governo federal de R$ 89 bilhões. Desse número, tem R$ 23 bilhões que são da negociação da dívida do Estado e que fazem parte do Fundo do Plano Rio Grande, o Funrigs. Esses recursos são exclusivamente para a reconstrução do Rio Grande do Sul. É bom que a comunidade, os empresários e os prefeitos saibam que esses recursos são para isso. Então, é necessário participar, além de apresentar demandas e projetos – comenta Fioreze. 

O público também acompanhou a videoconferência “A iniciativa da UNESCO para a construção da resiliência climática em Geoparques”, ministrada pelo coordenador da Cátedra UNESCO de Geoparques, Desenvolvimento Regional Sustentável e Estilos de Vida Saudáveis da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) de Portugal, Prof.Dr. Artur Agostinho de Abreu e Sá. 

A programação contou ainda com as palestras sobre a trajetória e os resultados do projeto “Cultivando Água Boa”, realizada pelo ex-diretor de Coordenação e Meio Ambiente da Itaipu Binacional, Nelton Miguel Friedrich, e mudanças climáticas com o Prof.Dr. Vagner Anabor do Departamento de Meteorologia da UFSM. 

O que é resiliência climática?

Segundo a Política Nacional de Mudanças Climáticas, trata-se de um conjunto de iniciativas e estratégias que permitem a adaptação de um território. As alterações podem ser feitas em estruturas de sistemas naturais ou criados pelo homem como áreas urbanas e agrícolas, estradas, pontes, barragens, entre outros, em resposta à mudança do clima atual ou futura.

Eixos de trabalho 

Conforme o Comitê Científico, a reconstrução do Geoparque Quarta Colônia será pensada a partir de cinco eixos. São eles:

  • Programa de Educação Ambiental para resiliência climática 
  • Ordenamento territorial para adaptação climática 
  • Proteção à terra e a produção de alimentos 
  • Estruturas de governança para um território resiliente 
  • Reconstruindo o geoturismo no geoparque

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