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'Será o maior júri de Santa Maria e do Estado', diz o juiz Ulysses Louzada sobre Caso Kiss

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data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Pedro Piegas (Diário)

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A menos de um mês para a realização do primeiro júri do caso Kiss, em Santa Maria, o juiz Ulysses Fonseca Louzada, titular da 1ª Vara Criminal e do Tribunal do Júri, olha o calendário de forma a ter tudo devidamente delineado para aquele que é considerado o maior júri popular do Estado. Reservado e discreto, o magistrado, que já presidiu mais de 1,5 mil júris ao longo de três décadas de atuação, vê-se na iminência de protagonizar o principal capítulo da sua carreira.  

Ainda que ele tente dar contornos de normalidade e de que o tratamento desse julgamento é o mesmo de outros, Louzada sabe que, na prática, não funciona assim. Prova disso são as idas e vindas constantes, nos últimos meses, a Porto Alegre para tratar das questões administrativas e de logística acerca do Júri Popular que levará, em 16 de março, o réu Luciano Bonilha Leão, integrante da banda Gurizada Fandangueira, que tocava na fatídica madrugada de 27 de janeiro de 2013, a ser julgado pela sociedade santa-mariense.

- A Justiça de Santa Maria está preparada para julgar o caso Kiss seja o tempo que for (o júri): um dia, uma semana, duas semanas. Estamos trabalhando, independentemente dos desdobramentos do processo, para que tudo esteja devidamente pronto para o dia 16 de março. Além do que eu conheço o processo, participei de todas as audiências, e das (cartas) precatórias (que é quando testemunhas de outra cidade são ouvidas). Eu tenho uma ideia de todo o processo e de tudo que aconteceu - diz.

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O magistrado, contudo, não deixa escapar nem meia palavra sequer sobre o desfecho do caso, ainda sem data, dos demais três réus. O músico Marcelo de Jesus dos Santos e o empresário Mauro Hoffmann serão julgados na capital gaúcha. Eles obtiveram, na semana passada, junto ao Tribunal de Justiça (TJ-RS), o deferimento do pedido de desaforamento (que é a transferência do julgamento de uma comarca para outra), a exemplo do que acontecera com o empresário Elissandro Spohr, no fim do ano passado, pelo TJ.

Foi Ulysses quem acompanhou o caso desde o começo e, inclusive, presidiu as audiências com testemunhas e réus. Em função disso, a reportagem questionou se não haveria dificuldades de um juiz de outra comarca julgar o caso. Ulysses limitou-se a dizer que "o processo está todo digitalizado e que ele (processo) irá, certamente, para uma comarca acostumada com julgamentos com júri".

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O magistrado acredita que "dificilmente" as 15 pessoas, entre testemunhas e vítimas (sobreviventes), serão ouvidas em "um único dia" em referência a 16 de março. Por isso, que os jurados - que forem selecionados - ficarão hospedados em hotéis da cidade e a eles será dada alimentação e transporte durante o tempo do júri.

Eles ficarão incomunicáveis entre si e, inclusive, sem celular para impedir troca de informações, resume. Durante os dias em que o júri se desdobrar, a UFSM por meio do Hospital Universitário de Santa Maria (Husm) colocará à disposição os serviços de saúde para atender familiares, pais e comunidade que acompanhar o processo.

ESTRUTURA
No próximo dia 26, serão escolhidos os 25 jurados. Porém, o juiz Ulysses Louzada afirma que, somados os suplentes, o número pode chegar a 80. O número, explica o magistrado, é justamente para dar uma segurança caso existam, porventura, eventual dúvida quanto à imparcialidade do grupo ou de parte dos escolhidos.

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Já a partir do dia 11 de março, o Centro de Convenções, que fica no campus da UFSM, "passará a ser do TJ". Ou seja, serão feitos testes para verificar e ir testando toda a logística necessária para que tudo transcorra sem percalços no dia 16 de março, enfatiza.

Mais de uma centena de servidores do Judiciário e da segurança pública, e demais setores que deverão dar apoio na data, irão se somar à cobertura.

- É claro que, por tudo isso, em termos de logística, e dada a complexidade, sem dúvida alguma, é o maior júri de Santa Maria e do Estado - conclui o magistrado.

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