VÍDEO: famílias que ocupavam área no Bairro Urlândia são retiradas do local

data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Natália Muller (Diário)

Pouco menos de um mês após cerca de 80 famílias ocuparem uma área aberta no Bairro Urlândia, ao lado do campo do time de futebol amador Charrua, na Rua Alfredo Viana, a Justiça cumpriu o mandado de reintegração de posse no local, expedido pela 2ª Vara Cível de Santa Maria em 29 de janeiro. 

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A operação para a retirada das famílias do terreno começou às 6h30min desta terça-feira e, segundo o 2º Batalhão de Polícia de Choque (2º BPChq) da Brigada Militar, que auxilia no cumprimento dos mandados, não houve nenhum tipo de resistência por parte das famílias. Ao longo do mês, muitas famílias já haviam se retirado do terreno por conta própria, restando cerca de 40 famílias no local. O grupo alega que a área estava desocupada e que o dono não teria o registro da propriedade - que possui cerca de 3,5 hectares e ocupa o espaço de uma antiga olaria. 

- Eu acho muito errado. Quando deu tiroteio lá, a gente chamou a polícia e foi só uma viatura. Agora foi toda a polícia lá, para derrubarem as casinhas. Tem pessoas que não têm onde morar, agora tem gente que está na rua. Deixei minha família lá e vim trabalhar, minha mulher me ligou apavorada e, agora, não sabemos para onde ir - relatou Roberto Carlos Miranda dos Santos, um dos ocupantes da área.

O pintor Jonatan Cristino Peters, 28 anos, relatou que quando acordou pela manhã os policiais militares já estavam no terreno. Ele deixou de ir trabalhar para retirar seus pertences do local:

- Eu já estava até lavrando a terra para começar a plantar. Tenho esposa e um filho de 4 anos e não sei para onde vou. Tudo o que a gente quer é um lugarzinho para criar o filho da gente, agora só Deus sabe. As coisinhas dele da creche, a mochila, agora está tudo molhado, já tínhamos comprado tudo... é triste a situação. 

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O advogado Cristiano Urach, que representa o proprietário da área, Gilberto Adamy, disse que "a medida extrema de reintegração com utilização de força policial só foi necessária pois as famílias, mesmo com acordo verbal anterior, se recusaram a sair do local". Conforme Adamy, o terreno pertence a sua família há 56 anos. Agora, com a área desocupada, ele pretende cercar novamente o local, já que a estrutura foi retirada pelas famílias que ocupavam o local. 

*Colaboraram Rafael Favero e Dandara Aranguiz