Santa Maria 166 anos

Nikelen Witter: “Santa Maria tem esse poder: o de nos mostrar que há um mundo vasto e que nos integramos a ele”

Uma história que não nasceu de forma harmoniosa, mas que, logo, foi se desenvolvendo e, hoje, é um belo exemplo de como Santa Maria e a Universidade Federal transformam a vida pessoal e profissional de quem por aqui passa. Trata-se do relato da escritora e professora Nikelen Acosta Witter.

Ela conta que se mudou para a cidade contrariada aos seis anos de idade. Quando seus pais disseram que se mudariam para cá, sentiu-se desenraizada, assustada.

- No entanto, um ano depois, eu agradeci ao meu pai por ter nos trazido para cá. Aqui meus horizontes se abriram para o mundo. E eu realmente acho que Santa Maria tem esse poder: o de nos mostrar que há um mundo vasto e que nos integramos nele.

Ela tem oito livros já publicados. É professora universitária desde o ano 2000, atuando na UFSM e na UFN. E, desde 2016, atua como professora efetiva na Federal vinculada ao Departamento de História. Como pesquisadora, tem uma longa trajetória na investigação da História das Doenças, na História das Mulheres, na História da Leitura e nos Estudos de Gênero.

Nikelen foi a patronesse da Feira do Livro em 2022 e destaca como Santa Maria e sua geografia influenciaram sua carreira como escritora:

- Dizem que as pessoas que vivem perto de montanhas costumam, no geral, serem muito curiosas. Porque nos perguntamos sempre o que há do outro lado. Santa Maria sempre me ofereceu um ambiente propício à criança hiper curiosa que eu fui. Bibliotecas como a da minha escola, como a Municipal, foram fundamentais para mim.

Além disso, destaca as professoras e professores que encontrou ao longo do seu caminho, ensinando e incentivando. Relembra que nenhum deles disse que ela não podia ou não conseguiria.

- Crianças e jovens precisam disso. De quem acredite neles. Tenho certeza de que só sou a escritora que sou porque tive suporte e incentivo em todo o meu caminho, não apenas em casa, mas em cada dia de aula.

Ela destaca que, como historiadora, pode afirmar sem medo: a UFSM é, desde os anos 1960, uma das principais responsáveis pelo desenvolvimento e crescimento de Santa Maria. Graças a ela, a cidade é um polo regional de educação e formação de profissionais.

- Santa Maria é uma cidade incrível e com enorme potencial. Mas, às vezes, confesso, sinto que as pessoas não amam o suficiente a cidade. Simplesmente vão aceitando coisas que podiam ser mudadas, que poderiam ser melhores, se a sociedade civil lutasse mais pela nossa cidade. Não precisamos ter calçadas feias e mal cuidadas. Não precisamos ter espaços abandonados e praças dilapidadas. Podemos lutar por mais senso de coletividade, por hortas comunitárias que atendam vizinhanças, por estantes livres para livros. Não se trata de nascer em Santa Maria, mas de estar e de fazer o nosso melhor - completa.


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