'Estamos feridos, trancados no quarto' disse mãe por mensagem a um familiar

As mensagens de desespero de Vera Lúcia Brasil Gonçalves, uma das vítimas do bandido que invadiu um prédio no Centro de Santa Maria, na manhã deste sábado e matou pai e filho, levam a crer que ela sabia que o marido e o filho tinham sido baleados. As mensagens foram divulgadas por um familiar, para quem ela enviou o pedido de ajuda, escondida dentro do guarda-roupas no quarto do filho. 

Na mensagem, ela diz:
"Oi. Estamos feridos. Trancados no quarto
Me ajuda, estamos feridos, estamos todos. Me ajuda
Não demora, por favor, estou com um zumbido no ouvido e uma bala na cara."

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Vera Lúcia estaria preocupada com um dos filhos, que chegaria em casa e poderia encontrar o bandido homem armado dentro do apartamento. Assim que recebeu a mensagem, o familiar avisou outro parente, o mototaxista Adão Cunha, 53 anos, cunhado de Vera. Adão e a mulher, que moram no Centro, correram até o local. Eles tentaram entrar no prédio, mas o portão estava chaveado.

- Foi aí que eu liguei para a Brigada e eles falaram que estavam vindo, acho que alguém já tinha ligado antes - lembra Adão.

Em algum momento, Vera Lúcia saiu do apartamento e foi até a rua, onde foi socorrida pelo Samu e levada ao Husm onde segue internada em estado estável.  A Polícia Civil acredita que ela deixou a casa quando percebeu que o homem estava longe da arma.

- Quando a polícia entrou, ele estava no quarto do casal, em um canto, sujo de fezes, e a pistola estava em outro - contou o delegado regional Sandro Meinerz, que esteve no local.

Testemunhas falaram à polícia que o pai, Gilberto Mendes, 61 anos, costuma acordar cedo. Acredita-se que ele estava acordado, próximo da porta do apartamento, quando teria sido abordado pelo bandido. O filho, Gabriel Gonçalves Mendes, 16 anos, teria acordado com o barulho e também foi alvo dos disparos. A mulher, ferida, escondeu-se e pediu ajuda ao familiar.

SEM IDENTIFICAÇÃO
O autor dos disparos ainda não foi identificado pela polícia. Ele está internado na Unidade de Pronto-Atendimento (UPA), sob custódia, em estado grave. Acredita-se que ele tenha sofrido uma overdose.

A Polícia Civil trabalha para identificar o suspeito e ouve testemunhas do episódio.