‘Não vamos sair do zero, temos uma base’, diz Ben-Hur Pereira, novo técnico do Inter-SM

O novo técnico do Inter-SM, Ben-Hur Pereira, 58 anos, anunciado e apresentado na última segunda-feira, visitou a sede do Grupo Diário. Na oportunidade, ele concedeu entrevista à Rádio CDN 93.5 FM e falou sobre pontos importantes no planejamento da temporada, como montagem do plantel e expectativa para o novo trabalho. Confira, a seguir, um bate-papo com o comandante da casamata alvirrubra em 2023.

Diário – Como surgiu o interesse e como se desenrolou o trâmite do acerto para trabalhar no Inter-SM?

Ben-Hur Pereira – O primeiro contato surgiu por meio do Robson Centurião, que foi meu colega de clube. Jogamos junto no Novo Hamburgo, anos atrás. Depois, o Miguel Uhr, diretor de futebol, marcou um almoço comigo, em Porto Alegre, e conversamos pela primeira vez. Depois, vim a Santa Maria e continuamos a negociação. Como tenho uma certa experiência, para aceitar um convite, procuro uma estrutura boa para trabalhar, e o Inter-SM me ofereceu isso. Estou muito feliz, é um grande prazer, uma honra ter acertado com o Inter-SM. Acho que eu posso agregar algo ao clube e tomara que eu consiga isso. O Inter-SM tem me dado condições de ideias, informações, e eu também tenho passado várias situações ao clube. Temos um departamento de futebol forte. Então, vamos minimizar nossos erros – afirma o treinador alvirrubro.

Diário – O Inter-SM anunciou 13 jogadores antes da confirmação do técnico. Como será o restante da montagem do elenco?

Ben-Hur – O Inter-SM me ofereceu essa base de jogadores que ficaram do ano passado. Importante que o clube tenha nomes que já trabalharam no Presidente Vargas. Já conversei com boa parte deles. Criei algumas listas, disse as minhas prioridades, com a chegada de oito a dez nomes desses que eu indiquei. Estamos trabalhando. Existem atletas com o perfil para cada competição e cabe a nós convencê-los. Irei conversar com muitos nomes e encaminhar para o departamento de futebol, que vai se encarregar do acerto financeiro.

Diário – Como é chegar com a responsabilidade de subir um time que não joga a Série A há 12 anos?

Ben-Hur – É tranquilo. Quem trabalha no futebol está acostumado com a pressão. Que bom que temos essa responsabilidade. Vivemos disso e queremos o melhor para a nossa carreira e para os atletas. Nós não saímos do zero, temos uma base, e isso é bom. Vamos tentar encaixar os atletas dentro do meu modelo de jogo, e creio que vamos fazer um time competitivo. Nós precisamos buscar nomes vitais e, a partir daí, encaixar os demais.

Diário – Há um conceito de que a Divisão de Acesso é diferente das demais competições. Verdade ou lenda?

Ben-Hur – Se tu acompanhares os times que costumam subir, os nomes se repetem, tanto de atletas quanto de treinadores. O inverno, o frio e a chuva atrapalham um pouco, mas, em geral, quem consegue o acesso é porque tem alguma experiência em atuar no futebol gaúcho. Não quer dizer que quem vier de fora não possa se adaptar, mas tu já procuras algumas características que possam te ajudar. A qualidade é indispensável, mas a força e a intensidade, que é uma palavra muito utilizada ultimamente, com um time que corra o tempo todo, melhor. Tudo depende de custos também. Eu e o departamento de futebol já estamos nos reunindo para discutir e deixar o clube enxuto e fazer um time com atletas que irão nos dar retorno.

Diário – O meia Chiquinho deve vestir a camisa do Inter-SM em 2023?

Ben-Hur – O Chiquinho é uma lenda do nosso futebol gaúcho. É indiscutível a sua qualidade e a batida na bola. Ele pode nos ajudar com a sua experiência. Trabalhei com ele no São José-PA e acabei conhecendo o Chiquinho. É um cara espetacular. Seria uma honra trabalhar com ele novamente e ele trabalhar no clube. Não conversamos ainda, mas a gente acompanha os jogos. Sei que ele estava no Guarani de Venâncio Aires. Ele só nos ajudaria.

Diário – Qual o recado que o novo técnico do Inter-SM deixa para os torcedores?

Ben-Hur – Para o torcedor eu digo que venho para trabalhar 100% em prol do Inter-SM. Não posso prometer nada, porque não sabemos quem vai vencer, mas seremos coesos e criaremos situações para montar um time vencedor. Queremos trazer nomes vencedores. Vou cobrar dos meus atletas desde o começo dos trabalhos. Então, peço que o torcedor acredite na comissão técnica e na direção. Não tem como ser “meio” no futebol. Tem que ser sempre inteiro e ter mentalidade de vitória. No dia a dia, vou usar palavras para que possamos terminar o trabalhar com a vaga na Série A e o título de campeão.

Datas

O congresso técnico da Divisão de Acesso deve ocorrer na próxima terça-feira. A tendência é que a fórmula dos últimos anos seja mantida, com 16 equipes divididas em dois grupos com oito. O campeonato deve começar em 16 de abril. O pontapé inicial da pré-temporada no Estádio Presidente Vargas deve ser no dia 13 de março.