”Um médico não pode trabalhar por um preço tão baixo”, diz o presidente do sindicato médico a respeito do IPE Saúde

Vitória Parise

”Um médico não pode trabalhar por um preço tão baixo”, diz o presidente do sindicato médico a respeito do IPE Saúde
Na manhã desta terça-feira, Marcos Rovinski, presidente do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers), concedeu entrevista ao programa Bom Dia, Cidade, da rádio CDN, e repercutiu a questão entre o IPE Saúde e as instituições de saúde. Uma reunião entre as todas as partes será realizada para debater qual será o futuro em relação ao convênio, visto que muitas ameaçam o descredenciamento conjunto. Rovinski afirma que os médicos estão descontentes com o convênio há muito tempo e explicou que um dos principais motivos é o reajuste na tabela de pagamentos de procedimentos médicos hospitalares, algo que não é feito desde 2011. Outra questão é a dívida do IPE Saúde com as instituições de saúde.

– Hoje, sabemos que há uma dívida aproximada de R$ 1,2 bilhão com os prestadores de serviço, dos quais R$ 600 milhões já são de dívidas em atraso. E aos médicos, não foi oferecido nada. Por isso estamos liderando essa manifestação de esclarecimento para a população, e é também um pedido de providência. 

Nesta terça-feira, o IPE Saúde realiza o pagamento de R$ 150 milhões para hospitais, clínicas e laboratórios.

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Em entrevista à CDN nesta segunda-feira (30), o presidente do IPE Saúde, Bruno Jatene, garantiu que os repasses devem continuar até o final do ano, e os próximos pagamentos estão marcados para os dias 5 e 20 de junho. Além disso, em março deste ano, o IPE anunciou que o plano de reestruturação financeira da autarquia inclui a atualização dos valores das tabelas de medicamentos, diárias e taxas hospitalares. Ele ainda afirmou que os pagamentos dos medicamentos contam com valores superiores aos esperados, e as tabelas estão sendo atualizadas com valores de mercado.

Ao ser questionado sobre esse ponto, Rovinski explica que essa questão é exclusiva das dívidas ligadas aos hospitais. Isso não se aplica aos médicos, que recebem do IPE cerca de R$ 25 reais por uma consulta hospitalar e menos de R$ 300 reais para realizar um parto, valores sem reajuste e relação com o que foi mencionado por Jatene.

Impacto na ponta

Uma das maiores reclamações dos usuários do convênio é a dificuldade para realizar os agendamentos. O Simers não orientou a paralisação dos médicos, mas Rovinski afirma que ela está acontecendo de forma natural. A manifestação do sindicato busca conscientizar a população da situação atual, e alertar que o rompimento de diversos profissionais com o plano pode provocar uma precarização ainda maior do atendimento.

– Estamos denunciando essa realidade que não é culpa do usuário, mas também não é do médico, que não pode trabalhar por um preço tão baixo. Temos médicos que ainda atendem pacientes do convênio por uma questão de consideração, um compromisso moral.  

O descredenciamento das instituições de saúde conveniadas também preocupa a categoria dos médicos. No Estado, cerca de 40 grandes hospitais ainda contam com o plano, mas muitos avaliam o congestionamento do atendimento, enquanto outros, realizam internações apenas em caso de emergência.

De acordo com ele, muitos médicos relatam constrangimento em certas situações. Em cirurgias cardíacas, por exemplo, nenhum fabricante ou laboratório vende a válvula necessária para o procedimento. Para contornar essa situação, em alguns casos, o paciente opta por arcar com esse valor para não depender do IPE.

– Essa situação é absurda, e se o atual presidente e gestores estaduais não apresentarem recursos novos, a situação vai ficar catastrófica. Já temos o atendimento do Sistema Único de Saúde (SUS) super elevado, e com o IPE nessa situação, muitos usuários dependerão somente do atendimento do SUS, um problema ainda maior para a saúde no Rio Grande do Sul.

O convênio atende 980 mil usuários atualmente, e em Santa Maria são cerca de 27 mil pessoas que utilizam o serviço.

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