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VÍDEO: a um mês do Enem, saiba o que professores e alunos esperam das provas

Dandara Flores Aranguiz e Carmen Staggemeier Xavier

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Foto: Renan Mattos (Diário)

Além dos questionamentos e dúvidas normais em relação ao conteúdo das provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), os candidatos deste ano tiveram uma dose extra de preocupação diante das mudanças (veja mais abaixo) no âmbito da educação no país: a dança das cadeiras do governo do presidente Jair Bolsonaro atingiu em cheio o comando do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisa Educacionais Anísio Teixeira (Inep), responsável pelo exame, e o Ministério da Educação (MEC). Além disso, a gráfica que imprimia as provas do Enem desde 2009 anunciou falência, forçando uma contratação emergencial de uma nova empresa.

Confira as dicas de professores para questões de exatas no Enem

Recentemente, após criticar as últimas edições do Enem, o ministro Abraham Weintraub voltou a dizer que em 2019 o exame não terá questões classificadas por ele como ideológicas, e a prova terá foco em conhecimentos objetivos. Faltando exatamente um mês para a realização da primeira prova - que ocorrerá em 3 de novembro e cobrará questões nas áreas de conhecimento de linguagens, redação e ciências humanas - grande parte dos candidatos tenta não perder o foco na reta final de preparação.

- A gente não pode pensar muito nisso, se não vai atrapalhar todo o nosso rendimento. Essa preocupação é totalmente negativa nessa hora, e temos que tentar manter o máximo de tranquilidade - destacou Marcelo Brondani, 22 anos, estudante que busca uma vaga em Medicina.

Veja mais no vídeo: 


Para Heitor Ferrari da Silva, 18 anos, estudante do 3º ano do Ensino Médio do Colégio Politécnico - atual 4º colocado no Estado no ranking do Enem -, o teor da prova também preocupa:

- A gente fica com uma incógnita, principalmente para o primeiro dia de prova. Será que vai cair mais conteúdo? Ninguém sabe, e isso preocupa, pois todo mundo se prepara para questões de interpretação. Nesse quesito, muda bastante.

Professores dão dicas sobre linguagens e redação para o Enem

O contingenciamento de verbas para custeio e capital da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) foi outro ponto mencionado pelos estudantes.

- A gente teme pela UFSM. Eu até cogitei fazer em universidades particulares, gastar um dinheiro que não tenho, simplesmente pelo meu medo de que a instituição, por algum motivo, não consiga mais se sustentar. Ninguém sabe ao certo o que esperar - relatou Natanael Gringoletto, 17 anos, aluno do Politécnico e que tentará uma vaga em Arquitetura e Urbanismo.

E mesmo com tanta coisa em jogo, a dica é tentar deixar o estresse e a incerteza do lado de fora da sala na hora da prova. A estudante Letícia Bruna Heck, 18 anos, que busca uma vaga em Medicina, acredita que a prova não abordará questões que possam dar margem a polêmicas:

- Aconteceram mudanças, mas se a gente se preocupar com o que está acontecendo, não vai dar certo. Se a gente se estressar agora, a prova vai embora e vamos botar no lixo um ano inteiro de estudo. Temos que ir para a prova confiantes. 

Para professores, "aluno não pode ir para a prova com dúvida"

Além do que é abordado em sala de aula, colégios e cursinhos também oferecem espaços e metodologias alternativas, como plantão tira-dúvidas, aplicação de simulados e aulas de reforço. Para os docentes, as mudanças que ocorreram no âmbito da educação ao longo do ano não devem afetar os alunos, inclusive quanto ao conteúdo das provas. Isso porque as questões são construídas com base em uma matriz curricular do MEC.

E como a maioria dos candidatos do Enem deste ano é formada por alunos do Ensino Médio, a preocupação é outra.

- É muito conteúdo. Não podemos antecipar o calendário de provas, por exemplo, e a gente pode ver no rosto deles o cansaço contínuo. Muitos participam de olimpíadas de matemática, física e química. E ainda tem as provas bimestrais - apontou Terezinha Cleoni Tronco Dalmolin, coordenadora do Ensino Médio do Colégio Politécnico.

Professores dão dicas sobre ciências humanas para o Enem

Para a professora Josiana Hadlich, do Totem Vestibulares, mais do que revisar o conteúdo, é preciso aplicar o conhecimento:

- O aluno não pode ir para a prova com dúvida. As questões envolvem interpretação, então, é importante focar nas dificuldades e tentar sanar as dúvidas.

Reforçar os conteúdos já vistos e revisá-los com calma é importante. Segundo o professor Lucas Pettine, do Totem, é preciso tornar o processo tranquilo e prazeroso.

- A gente conversa muito sobre o que está acontecendo fora da sala de aula para deixar o aluno mais confiante. Agora, é a hora de rever os conteúdos - comenta.

EXPECTATIVA 
O conteúdo, aliás, é a principal dúvida por parte de professores e candidatos. Apesar de haver uma matriz curricular, a expectativa é quanto ao direcionamento do conteúdo. A tendência já apontada pelo MEC é que haverá mais perguntas que vão avaliar o domínio do conhecimento. Entre os docentes do Centro de Educação da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), não há uma unanimidade quanto às questões - se mais conservadoras ou atuais. 

CALENDÁRIO

  • Outubro - Será liberado o cartão de confirmação da inscrição. A data ainda não foi anunciada
  • 3 de novembro - Provas de linguagens, redação e de ciências humanas
  • 10 de novembro - Provas de ciências da natureza e de matemática

Saiba quais documentos levar na prova do Enem

PRINCIPAIS MUDANÇAS

  • Prova digital - Em julho deste ano, o MEC anunciou que o Enem será totalmente digital até 2026. O projeto piloto será aplicado em 2020
  • Impressão das provas - Em abril, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) anunciou que a empresa responsável pela impressão das provas encerrou as atividades, rescindindo o contrato. O nome da nova gráfica foi divulgado em maio
  • Alterações no governo - Mudanças nos principais cargos do MEC, no início do ano, trouxeram insegurança quanto aos rumos do Enem
  • Redução de custos - Para economizar, as provas terão nova diagramação. Os espaços em branco serão aproveitados para cálculos e anotações, excluindo as páginas de rascunho e reduzindo o número de páginas impressas. A identificação biométrica também terá alterações

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