UFSM se reorganiza após estragos causados pelas enchentes

Vitor Zuccolo

UFSM se reorganiza após estragos causados pelas enchentes

Foto: Vitor Zuccolo

Local muito afetado pelas chuvas que atingiram o Estado desde o final de abril, a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) está, aos poucos, tentando retomar algumas de suas atividades. Durante entrevista ao programa Fim de Tarde, da rádio CDN (93.5 FM), o reitor Luciano Schuch anunciou o retorno das aulas para a próxima segunda-feira (20). O anúncio foi feito após reuniões com os diretores das unidades dos outros municípios.

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Na última quarta-feira (14), o Restaurante Universitário I retomou as atividades em sua integralidade. Nas últimas semanas, apenas moradores da Casa do Estudante podiam fazer suas refeições no local.


Retomada das aulas e contabilização dos estragos

Ainda durante entrevista, Schuch comentou que, apesar de alguns locais afetados, o funcionamento dos prédios se dará normalmente dentro das possibilidades.

Com a perspectiva de diminuição das chuvas para o restante de maio, o momento é de reorganização e contabilização dos estragos totais. Enquanto isso, as aulas serão retomadas nos quatro campi, já que em Santa Maria e Cachoeira do Sul estavam suspensas. Só Frederico Westphalen e Palmeira das Missões mantiveram as atividades.

– Nós temos que garantir os conteúdos, então teremos uma flexibilização no calendário, por conta dos 15 dias perdidos por conta das chuvas – afirmou ele, sobre o retorno das aulas.  

Em diversos pontos da universidade, que acolhe mais de 1,3 mil estudantes em seu espaço para moradia, os estragos são visíveis. Um dos pontos mais afetados pelas chuvas foi o subsolo do prédio da Reitoria da instituição. O local guardava os arquivos da universidade, com cerca de 12 mil documentos que contam os mais de 65 anos de história da Federal.

Ainda durante os dias de muita chuva, uma canaleta foi aberta ao lado do prédio para que a água tivesse um fluxo diferente do que o local onde se encontrava parte dos documentos. A ação, em partes, funcionou.


Arquivo da UFSM

Foto: Vitor Zuccolo

A sala foi esvaziada e os arquivos estão sendo recuperados. Até o momento, não há uma estimativa de quantos documentos foram perdidos. A ação de limpeza, organização e revitalização dos arquivos está sendo feita por alunos, professores e voluntários. Quem está organizando a recuperação é a Débora Flores, responsável pelo Departamento de Arquivo Geral.


– Nós fizemos um processo de triagem, e retiramos primeiro os documentos essenciais e prioritários. Nós estamos aplicando uma técnica de congelamento dos documentos. Isso é feito por conta dos documentos estarem molhados, o que colabora para a proliferação de fungos – comentou ela sobre a situação atual

A recuperação dos arquivos está sendo feita em diversos processos que envolvem o congelamento em temperaturas negativas e, posteriormente, o descongelamento dos documentos.

– Nós temos uma porcentagem mínima de documentos que ainda estão na sala, que não foram retirados. Mas estimamos que cerca de 50% dos documentos já foram congelados. Mas esse é um processo que é feito por diversas etapas. Estamos estudando formas de fazer em larga escala, para agilizar todo o processo, mas a nossa expectativa é que não seja em menos de cinco anos – explicou Débora sobre o processo


HUSM  

Foto: Vitor Zuccolo

O Hospital Universitário de Santa Maria (HUSM) foi outro local afetado diretamente. Ainda nos primeiros dias, as cirurgias eletivas foram suspensas devido às infiltrações em determinados blocos cirúrgicos e ambulatoriais.

A estrutura do hospital não sofreu danos severos. No momento, a direção está se preparando para a retomada dos atendimentos em sua totalidade. O Pronto-Socorro está atendendo somente casos de urgência e emergência. 

– Estamos em um momento de preparação para ir retomando plenamente os atendimentos. Nossos ambulatórios estão funcionando a pleno. O hospital está com quase toda sua capacidade instalada funcionando –  afirmou o superintendente do HUSM, Humberto Palma.

A boa notícia é que nenhum equipamento médico foi prejudicado durante a chuvarada.

– Não tivemos perda nenhuma de equipamentos. Tivemos apenas um problema na UTI pediátrica. Mas em termos de equipamento, não foi diagnosticado nenhuma perda – acrescentou Palma.


Apesar dos estragos, a solidariedade se faz presente

Mesmo com os estragos das últimas semanas, a instituição se tornou ponto de referência para a solidariedade com as pessoas afetadas pelas chuvas. Em diversos pontos, há voluntários colaborando na organização das doações de roupas e alimentos para quem necessita neste momento. No prédio 42, o Diretório Central dos Estudantes (DCE) organizou um ponto de coleta de donativos para os afetados pelas chuvas.

– A nossa comunidade se colocou à disposição para ajudar a cidade e o Estado. Toda nossa força foi colocada para enfrentar essa calamidade. Aqui, nós temos o conserto de eletrodomésticos, oabrigo para os cães.Diversos projetos estão colaborando na nossa região. Acho que esse é o papel da nossa universidade neste momento de emergência – destacou o reitor Luciano Schuch.

 
Para saber como doar para outras ações e locais, acesse aqui.


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