educação

Ensino domiciliar incluirá matrículas e avaliações

Folhapress

Foto: Diário

Um projeto de lei do governo Jair Bolsonaro (PSL), que trata sobre ensino domiciliar, prevê o cadastro de alunos e avaliações anuais realizados pelo Ministério da Educação (MEC). Caso o aluno seja reprovado por dois anos consecutivos, perderá o direito de estudar nesse modelo. A ideia da lei é regulamentar o chamado homeschooling, depois que o Supremo Tribunal Federal (STF) barrou a prática por não haver legislação a respeito. O projeto já tramita no Congresso Nacional.

Pelo menos desde 2001, a Câmara já arquivou oito proposições similares e uma proposta de emenda constitucional, segundo levantamento do Movimento Todos Pela Educação. Mas a decisão do STF facilita o caminho para a aprovação.

Segundo o projeto, a opção pelo homeschooling será efetuada em uma plataforma virtual do MEC. As famílias terão que apresentar documentos como antecedentes criminais, caderneta de vacinação atualizada e um plano pedagógico individual, proposto pelos pais ou responsáveis legais.

O homeschooling é uma histórica agenda de grupos religiosos. O texto ressalta que "é dever dos pais ou dos responsáveis legais [...] assegurar a convivência familiar e comunitária".

DIVERGÊNCIAS

Educadores criticam a medida, afirmando que essa autorização reduz o direito das crianças à educação plena para atender convicções dos pais.

- Esse isolamento da educação domiciliar é muito prejudicial para a formação integral das crianças e jovens em um mundo que cada vez mais exige capacidade de colaboração e convívio em prol da diversidade. A maior parte das famílias não tem condições de elaborar projetos pedagógicos, que vão acabar sendo distribuídos por instituições religiosas e políticas - avalia Cesar Callegari, ex-integrante do Conselho Nacional de Educação.

Educação profissional é tema de seminário internacional na UFSM

Após a aprovação da lei, o MEC terá cinco meses para criação da plataforma. O cadastro vai gerar uma espécie de matrícula, que daria o direito aos alunos de participarem de avaliações federais e outros eventos, como competições estudantis que exijam comprovação de escolaridade.

Toda a operacionalização e custos para implementação estarão a cargo do MEC. O governo citou na mensagem ao Congresso, em fevereiro, que a medida afetaria 31 mil famílias - nota anterior falava em cerca de 5 mil famílias. O Brasil tem mais de 48 milhões de estudantes.

AVALIAÇÕES

A prova anual do MEC de certificação da aprendizagem terá como base os conteúdos referentes ao ano escolar correspondente à idade do estudante, de acordo com o previsto na Base Nacional Comum Curricular, que define o que os alunos devem aprender.

Essas avaliações serão aplicadas a partir do 2º ano do Ensino Fundamental. O MEC deve regular a cobrança de taxa para custeio das avaliações e "estabelecerá as hipóteses de isenção de taxa". Caso o desempenho do estudante na avaliação seja considerado insatisfatório, o MEC deverá oferecer prova de recuperação. Serão excluídos do modelo os reprovados em duas avaliações consecutivas ou em três não consecutivas.

O projeto abre a possibilidade de instituições privadas oferecerem avaliações formativas ao longo do ano letivo. Cabe às famílias manter registro periódico das atividades pedagógicas do estudante.

Carregando matéria

Conteúdo exclusivo!

Somente assinantes podem visualizar este conteúdo

clique aqui para verificar os planos disponíveis

Já sou assinante

clique aqui para efetuar o login

Resultado do pedido de isenção da taxa do Enem já está disponível Anterior

Resultado do pedido de isenção da taxa do Enem já está disponível

Educação profissional é tema de seminário internacional na UFSM Próximo

Educação profissional é tema de seminário internacional na UFSM

Educação