data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Pedro Piegas (Diário)
Os comerciantes de indumentárias gaúchas estão comemorando o retorno do movimento. Depois de dois anos, as atividades presenciais da Semana Farroupilha foram autorizadas, mesmo que ainda com restrições e novamente sem desfile. Em uma loja do Bairro Camobi, o movimento é 60% abaixo ao de anos anteriores à pandemia, mas as vendas foram melhores do que no ano passado, quando os eventos não aconteceram.
A linha de peças infantis foi a que garantiu o maior volume de vendas. Com o retorno das aulas presenciais, as atividades nas escolas fizeram com que as vendas das peças para os pequenos fossem mantidas. A loja, que investiu pouco para as festividades de 2021, precisou, inclusive, repor alguns itens infantis em função da grande procura.
- Ano passado não existiu para nós. Este ano, foi uma surpresa no sentido das vendas. Não esperávamos tanto movimento porque os eventos ainda estão bem restritos. É um bom recomeço - avalia o proprietário, Flamarion Pereira Nunes.
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Mesmo com a recuperação nas vendas, a loja, que costumava contratar funcionários temporários para atender à demanda da Semana Farroupilha, ficou com um número reduzido. Em outros anos, eram oito atendentes, neste ano são apenas três.
- Tive que demitir algumas pessoas e não deu para contratar mais. As pequenas empresas sofreram muito com a pandemia. Não temos de onde conseguir recursos. Não deu para investir.
A mesma situação se repetiu em uma loja do Centro de Santa Maria. As bombachas, alpargatas, vestidos e saias infantis seguraram as vendas do mês. Nesta sexta-feira, houve um crescimento na compra de peças adultas, em função dos jantares que acontecem neste fim de semana em algumas entidades. De acordo com a gerente da loja, Ana Paula Lopes, em comparação a 2019, o movimento ficou em 50%:
- Os itens para criança saem mais porque nada serve neles de dois anos para cá. Os adultos já compram peças pontuais. O movimento ainda não está normalizado, mas o crescimento foi bom em relação ao ano passado, quando vendemos muito pouco.
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A loja, mesmo com as dificuldades, contratou quatro atendentes temporários em agosto para dar conta das vendas para o Dia dos Pais e manteve os profissionais até a Semana Farroupilha. Eles reforçam o atendimento com outros seis trabalhadores fixos da loja.
SUSTENTO NA PANDEMIA
Ao longo dos últimos meses, o que tem garantido o pagamento das despesas das lojas de produtos gaúchos é a venda de artigos para chimarrão, churrasco e artesanato. A loja de Flamarion Nunes em Camobi possui fábrica própria e itens para chimarrão e comercializa cerca de 15 mil peças por mês. Foi isso que manteve o estabelecimento de portas abertas durante a pandemia.
Agora, Nunes torce para que as prendas e peões possam desfilar seus trajes na Semana Farroupilha do ano que vem.
- A gente espera muito por isso, a gente sonha com isso, sentimos saudade. Precisamos de um grande volume de vendas para recuperar as perdas e trabalhar tranquilo no restante do ano. Estamos vivos, na peleia - diz.
Na loja do Centro, os artigos para churrasco e artesanato, que são escolhas de presentes ao longo do ano, sustentaram o estabelecimento durante os meses de isolamento.
- Agora, no inverno, vendemos muitos palas e casacos. Felizmente, não precisamos demitir ninguém - comemora Ana Paula.