Tecnologia

UFSM e russos oficializam convênio para instalação de satélites

O primeiro dia da Feira Internacional de Defesa e Segurança — LAAD, que ocorre até sexta-feira, no Rio de Janeiro, foi estratégico para os representantes de Santa Maria. O prefeito Cezar Schirmer (PMDB), acompanhado do secretário estadual de Desenvolvimento, Fábio Branco, estreitou laços para trazer novos investimentos para a cidade. Já o reitor da UFSM, Paulo Burmann, assinou um convênio, nesta terça-feira, com o governo russo que deve impulsionar a pesquisa e a inovação nos cursos da área da tecnologia.

Para culminar as tratativas que duravam anos, a UFSM oficializou o convênio com a empresa russa Open Joy-Stock. O documento assinado por Burmann e o diretor-geral da empresa, Yury Roy, chancela a parceria entre a Agência Espacial Europeia e a universidade.

Pelo convênio, uma área rural do campus receberá uma antena que captará sinais de uma constelação de satélites russos chamada Glonass. Esses sinais comunicarão a posição exata do satélite, o que é semelhante ao que ocorre no sistema norte-americano GPS. Projetado pelo antigo regime soviético, inicialmente, para uso militar, a tecnologia ainda precisa ser amplamente testada e melhorada.

— É disso que os russos precisam para incluir a América do Sul no mapa do Glonass — explica o professor do Centro de Tecnologia Renato Machado, que acompanhou a solenidade.

Para Burmann, o convênio marca o estreitamento especificamente entre a UFSM e o campo acadêmico do país russo:

— Nós já estamos em tratativas para fazer outros convênios com universidades russas, e este, em específico, beneficiará e muito os cursos criados recentemente na UFSM: Engenharia de Telecomunicações e Engenharia Aeroespacial.

O desdobramento do convênio

Uma das possíveis finalidades das pesquisas que acadêmicos e professores da UFSM poderão visar ao usar os dados dos satélites russos é a criação de um simulador de geoposicionamento. Conforme o professor Renato Machado, somente a Suíça possui um simulador acadêmico desse tipo, e as aplicações científicas são infinitas.

— É um sonho que nós temos. Pode demorar para acontecer ou mesmo mudar de rumos. Mas vamos trabalhar para ter esse simulador, o segundo do mundo — explica o pesquisador, que recentemente voltou de um pós-doutorado na Suécia, onde desenvolveu um radar para monitoramento de fronteiras.

O investimento financeiro, que não teve valores revelados pela empresa OJC, será exclusivamente do governo russo, e pagará também duas bolsas de iniciação científica para estudantes de graduação da UFSM, uma de mestrado e quatro bolsas para pesquisadores. O contrato, que ainda deve ser assinado, terá a previsão inicial de seis anos de duração.

Pelo Brasil, as únicas finalidades possíveis para os sinais do Glonass estão dentro do âmbito acadêmico. Mas a Rússia poderá ampliar o espectro do sistema de georreferenciamento e compartilhar dados, assim como os Estados Unidos fizeram com o GPS. Hoje, inúmeros serviços se baseiam no sinal do GPS que, no Brasil, é o único disponível. França e China têm outros sistemas semelhantes, mas com alcance menor.

Sinais para pesquisa

A contrapartida da Rússia para que a UFSM mantenha a antena permanentemente conectada à energia elétrica e à internet é a permissão de que os pesquisadores da universidade usem o sinal do Glonass para pesquisa.

- Podemos criar sistemas, principalmente na área de software, para captar e interpretar os sinais de georreferenciamento, inclusive combinando o Glonass com o GPS. O russo é, inclusive, mais preciso do que o norte-americano - explica Machado.

Cidade mira voos ambiciosos

Acompanhado do secretário estadual de Desenvolvimento, Fábio Branco, o prefeito Cezar Schirmer visitou diversos estandes pela LAAD ontem. Um dos mais importantes foi o da KMW. O CEO da fábrica de blindados alemã, Frank Haun, afirmou que tem planos ambiciosos para Sa

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