Se a Câmara de Vereadores fosse uma escola, e os vereadores os alunos, a imensa maioria deles não estaria reprovada por falta. Baseado nas 82 atas das sessões publicadas na página da internet da Câmara de Vereadores de Santa Maria, que compreende o período de 4 de janeiro até 4 de dezembro, o "Diário" fez um levantamento e descobriu que 20 dos 21 parlamentares tiveram menos ausências do que o que é exigido dos alunos, que é 25% de frequência.
No total, foram contabilizadas 111 faltas, todas previamente solicitadas e, na maioria das vezes com justificativa. A justificativa, aliás, garante que o legislador, mesmo sem a presença, tenha direito a receber pelo sessão. Se não justificar, o dia é descontado do salário mensal, que na cidade é de R$ 8.186,74.
O vereador Sérgio Cechin (PP), que foi eleito presidente do parlamento no dia 30 de dezembro, registrou o maior número de ausência entre os 21 legisladores, com 23 faltas no período. E se estivesse na escola teria um índice de 28% de ausência.
Jorge Trindade (PT) vem logo em seguida com 10 faltas. A vereadora Marta Zanella (PMDB), com nove ausências, é a terceira no número de faltas.
O vereador Cechin justifica a colocação. O parlamentar passou por um problema de saúde em 2014, que preferiu não especificar, e acabou ficando internado por um longo período em Porto Alegre.
- São ausências mais do que justificadas. Passei por esse problema, mas, graças a Deus, estou curado e bem - disse.
Do outro lado, dois dos 21 parlamentares não tiveram falta. João Carlos Maciel e João Kaus, ambos do PMDB, compareceram a todas as sessões.
- A representatividade é: eu não estou lá, mas meu vereador está - respondeu Maciel.
Kaus teve resposta parecida
- A gente tem um compromisso com a comunidade. São duas sessões. Temos que tentar cumprir com isso.
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