O governador José Ivo Sartori (PMDB) disse nesta sexta-feira, em Santa Maria, que não pode garantir a abertura do Hospital Regional no seu governo, que se encerra no final do ano que vem.
A declaração foi feita no final da solenidade de formatura de sargentos da Polícia Militar, que também trouxe à cidade o secretário de Segurança Pública, Cezar Schirmer, e a cúpula da Brigada Militar.
– Não posso determinar. Estamos trabalhando com calma- – afirmou, ao ser questionado sobre a situação do Regional, que neste sábado completa 325 dias sem pacientes, embora a obra esteja concluída desde 19 de setembro do ano passado.
Sartori também foi enfático e repetiu que o Estado "não vai assumir" o hospital e deu a entender que a busca por um gestor e para a compra de equipamentos passa por uma negociação envolvendo principalmente os prefeitos da região. Já foram gastos R$ 70 milhões na obra.
Em outubro de 2016, o governo gaúcho e o ministro do Desenvolvimento Social, Osmar Terra (PMDB), anunciaram que o Regional abriria as portas em 2017, em uma parceria entre os hospitais paulista Sírio-Libanês e os porto-alegrenses Mãe de Deus e Moinho de Ventos.
A compra de equipamentos seria compartilhada entre os governos do Estado e federal. Na edição de quarta-feira, o Diário noticiou que o Mãe de Deus e o Moinhos de Vento desistiram de administrar o Regional.
Lideranças se unem para cobrar abertura do Hospital Regional
Já o secretário estadual adjunto de Saúde, Francisco Paz, disse à Comissão de Saúde e Meio Ambiente da Assembleia Legislativa que ainda faltariam R$ 60 milhões para que o hospital possa abrir as portas.
A desistência dos hospitais porto-alegrenses reforça a retomada de negociações com a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh),que administra o Hospital Universitário de Santa Maria (Husm).
A passagem do governador pela cidade foi marcada por alguns protestos. Na frente da Cooperativa dos Estudantes de Santa Maria (Cesma), onde Sartori participou de um evento da CVI Refrigerantes, um grupo de professores se manifestou contra o parcelamento de salários.
Está pronto o plano que define como irá funcionar o Hospital Regional
Mas foi na sede da Brigada Militar, após a formatura de novos sargentos, que Sartori passou o maior constrangimento.
Primeiro, enquanto discursava sobre "as medidas amargas" adotadas para enfrentar a crise, houve vaias de um lado da plateia.
Depois, quando deixava o local da formatura, foi abordapela esposa de um sargento. A manifestante solitária no quartel da Brigada, que se identificou ao Diário como Sandra Pereira, foi contida por seguranças.
Aos prantos, ela disse que a família não tinha como pagar as contas com o salário parcelado.