Tecnologia

Primeiro microcontrolador brasileiro, projetado em Santa Maria, entra no mercado

Juliana Gelatti

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Esta sigla ainda será bastante conhecida: SMDH resume Santa Maria Design House. Mesmo a segunda parte do nome não é esclarecedora para muita gente, mas design houses são empresas que desenham projetos para a microeletrônica, ou seja, é o escritório de arquitetura dos chips.

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O motivo da merecida fama que a SMDH ainda terá é o fato de ter projetado e patenteado o primeiro microcontrolador brasileiro, um chip com inúmeras aplicações e que até agora a indústria nacional só compra do Exterior. O projeto contou com a parceria da catarinense Chipus. O primeiro contrato já foi fechado com uma empresa porto-alegrense e marca o ingresso desse produto no mercado.

O potencial de mercado desse produto é muito grande. Muitos aparelhos que desempenham funções precisam de um microcontrolador. E com a produção desse chip brasileiro, o país poderá, com o tempo, deixar para trás o déficit bilionário que as importações no campo da microeletrônica deixam na balança comercial. Pensando nisso, o governo federal concede isenção de impostos para a indústria que usar matérias-primas nacionais. Mas até agora não existia um microcontrolador brasileiro.

O mercado é de bilhões. O primeiro lote do ZR-16 produzido é de pouco mais de 3 mil unidades. Mas precisamos, agora, reforçar nossa estrutura de gerenciamento de vendas para poder corresponder à demanda explica o coordenador da SMDH, João Batista Santos Martins.

A SMDH é uma empresa sem fins lucrativos ligada à Fatec e à UFSM. Esse caráter deve ser mantido, para a empresa continuar podendo ser subsidiada por órgãos de fomento à pesquisa. Mas deve ser criada outra empresa para gerenciar as vendas.

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O primeiro lote do ZR-16, vendido para a porto-alegrense Exatron, deve passar por testes específicos, para começar a ser usado na fabricação de sensores de fotocélula para a iluminação pública.

Já está tudo certo com o chip, mas ele precisa de uma plaquinha onde é anexado para ser programado no computador. Assim, ele "aprende" o que tem de fazer ao ser colocado no sensor explica o diretor técnico da SMDH, Carlos Alberto Zaffari.

A SMDH também participa do projeto NanoSatC-BR, que lançou o primeiro cubesat brasileiro na última semana, pois embarcou no nanossatélite um circuito integrado resistente à radiação, para testes.

A empresa também já está trabalhando na segunda geração do chip ZR-16, focado em diminuir o gasto de energia de luzes de stand-by em eletrônicos. E recentemente fechou contrato com a empresa Mectron, do grupo Odebrecht, para fazer um projeto com fins militares. A Mectron trabalha com a indústria da defesa.

 

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