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Passagem de ônibus deve seguir fixada em R$ 4,20 em Santa Maria

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data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Pedro Piegas (Diário) 

Santa Maria não deve ter reajuste no preço da passagem de ônibus em 2021. Atualmente, a tarifa é R$ 4,20. Este será o segundo ano consecutivo sem aumento do transporte.

Se, por um lado, as empresas prestadoras do serviço na cidade sofrem com a redução drástica no número de passageiros e elevação dos custos, por outro, os usuários sofrem pela queda do poder aquisitivo em função da pandemia que, há um ano, assola o país.

- Não chegamos ao nível de tratar do aumento de tarifas. Da nossa parte, do Executivo, a gente é sensível à situação, ao contexto, à crise e à dificuldade das empresas. Mas a gente não pode anular o momento e, principalmente, a população. Vamos trabalhar para que não se tenha aumento neste momento - assegura o chefe da Casa Civil, Guilherme Cortez, que encabeça as tratativas sobre o assunto na prefeitura.

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DIFICULDADES

Os reflexos da pandemia não demoraram para chegar às empresas de ônibus. Com a paralisação de diversas atividades econômicas e, sobretudo, das aulas na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), que representava um importante fluxo diário, o Sistema Integrado Municipal (SIM) amarga prejuízos.

- A nossa situação é de pavor. Não se enxerga uma solução. Este ano vai repetir, infelizmente, o que foi 2020. O transporte público não pode ser visto como um mero negócio, ele é um serviço público. Se as empresas entrarem em estado de insolvência, que vai ser prejudicado é a população mais distante do Centro e que necessita do serviço - afirma o diretor da Associação dos Transportadores Urbanos (ATU), Edmilson Gabardo.

Até agora, segundo Gabardo, a prefeitura não realizou nenhum repasse em auxílio às empresas neste ano. Em 2020, foram feitas compras de passagens de forma antecipada, nos meses de maio e dezembro, totalizando 230 mil bilhetes adquiridos. O Executivo, por outro lado, afirma que analisa como vai ajudar as empresas no ano vigente.

- Estamos buscando alternativas e formas de como manter o serviço. Uma delas, é um eventual repasse - diz Guilherme Cortez.

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O último reajuste aconteceu em julho de 2019, quando o cálculo realizado pela prefeitura orientou que a passagem subisse para R$ 4,25. Posteriormente, o valor foi apresentado ao Conselho Municipal de Transportes (CMT), que aprovou a sugestão do reajuste. À época, o valor era de R$ 3,90.

Como o CMT apenas recomenda o preço que deve ser cobrado na roleta, sem efetivo poder de decisão sobre o assunto, o prefeito Jorge Pozzobom (PSDB) determinou, por meio de decreto, que a tarifa passasse para os atuais R$ 4,20 - R$ 0,05 a menos do que orientava a tabela dos custos que foi apresentada naquele ano.

 De lá para cá, o litro do óleo diesel subiu de R$ 3,16 para cerca de R$ 3,80. O valor corresponde a cerca de 19% do preço final da tarifa.

Atualmente, em função da redução de passageiros - mesmo com reclamações de superlotação em alguns coletivos -, as empresas operam com 60% dos ônibus que circulavam pela cidade antes da pandemia. 

Em função da redução de passageiros, 300 funcionários já foram demitidos 

Em função da drástica redução de passageiros no transporte coletivo municipal em 2020, que chegou a 56% em um intervalo de apenas um ano, 300 trabalhadores do setor foram demitidos em meio à pandemia. São famílias que deixam de consumir, em Santa Maria, o que acaba por degradar ainda mais uma economia tão sensibilizada pela Covid-19 e suas graves consequências financeiras ao município.

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Os desligamentos de trabalhadores não acabaram, segundo as empresas.

- Neste mês, dei aviso prévio para 20 funcionários. Nunca, em mais de 50 anos de empresa, havia feito isso - relata Edmilson Gabardo, diretor da Associação dos Transportadores Urbanos.

QUEDA

Em 2019, a ATU realizou viagens para 29 milhões de passageiros, sendo 20 milhões de pagantes. Com a incidência da Covid-19 e a consequente paralisação de diversas atividades econômicas, o número caiu, passando para cerca de 13 milhões de passageiros transportados no ano passado, sendo 9 milhões que efetivamente pagaram - os outros 4 milhões possuem gratuidade.

- Os funcionários não tiveram aumento. O grande problema é que temos muitos funcionários para poucos ônibus trabalhando. Mesmo tendo demitido toda essa quantidade de funcionários, ainda existe excesso de gente trabalhando - finaliza Gabardo. 

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