Iniciada em 18 de novembro de 2013 com a promessa de ficar pronta em dois anos, a duplicação dos 4,3 km da Faixa Velha de Camobi está prestes a completar quatro anos e não tem data para acabar. Ainda mais agora, em que a construtora Della Pasqua, de Santa Maria, viu-se obrigada a paralisar totalmente a obra de pavimentação. Os 45 funcionários foram retirados da ERS-509 na última quarta-feira e designados a trabalhar em outra obra, a da recuperação da RSC-287.
O diretor da empresa, Mauro Della Pasqua, afirma que sempre fez um grande esforço para manter os trabalhos, mesmo com os frequentes atrasos de pagamentos por parte do Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer). Porém, agora, a situação ficou insustentável.
– Em julho, o Daer pagou o referente aos serviços feitos em janeiro e fevereiro. Não recebemos nada do que foi feito de março até agora. Já são sete meses de atraso nos pagamentos, e estamos tendo de pegar empréstimo no banco para poder pagar os funcionários.
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Os repasses insuficientes de verbas pelo governo do Estado começaram ainda na gestão de Tarso Genro (PT) e seguiram no governo de José Ivo Sartori (PMDB). Esse foi o motivo de a duplicação não ter ficado pronta em novembro de 2015, como previsto. Como a duplicação está sendo feita com verbas da Cide (contribuição sobre combustíveis), o Estado vem alegando que a União não vem repassando os recursos previstos. Em julho, a Daer prometeu que, em função disso, retiraria verbas do caixa do Estado para pagar a obra, mas isso não ocorreu até agora. O contrato com a empresa é de R$ 37,3 milhões.
Della Pasqua lamenta o fato de ter de parar os trabalhos.
– Por ser santa-mariense, fico até constrangido de ter de paralisar essa obra, só que chegou num ponto em que não temos mais como continuar. Foram inúmeras promessas de pagamento que não foram cumpridas. A empresa está pagando juros no banco para poder manter a obra. Se fosse uma empresa de outro lugar, já teria parado essa obra há muito tempo – desabafa.
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Segundo ele, diante do grande volume de recursos que o Estado deve para a empresa, os trabalhos só serão retomados se o Daer pagar uma boa quantia e, principalmente, garantir um cronograma de pagamentos.
– Se o dinheiro vier, temos condições de concluir a duplicação em quatro meses, até o início de fevereiro de 2018 – diz Della Pasqua.
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Procurado, o Daer informou que vai se pronunciar hoje sobre o assunto. Enquanto isso, os motoristas sofrem com os grandes congestionamentos no cruzamento da Faixa Velha com a Avenida Osvaldo Cruz, pois as pistas afunilam devido à obra do viaduto.
Só a obra do viaduto segue
A única obra que segue andando na duplicação da ERS-509 é a do viaduto, pois é executada pela empresa Sogel, de Porto Alegre, ao custo de R$ 3,08 milhões. O trabalho está na fase final. Já a duplicação das pistas, a cargo de Della Pasqua, está cerca de 90% pronta, faltando agora a conclusão dos aterros para o viaduto e da pavimentação deles, a construção da rótula sob o viaduto e colocação de meios fios e grama. Mas agora não se sabe quando a obra vai ser concluída.