Crédito caro

Famílias brasileiras estão pagando em média 42% ao ano em taxas de juros

A taxa básica de juros da economia brasileira, a taxa Selic, continuará em 11% pelos próximos 45 dias, decidiu nesta terça e quarta-feira o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC). A Selic é tomada como base para a definição de outras taxas de juros, como em empréstimos, financiamentos e compras a prazo.

Depois de nove altas seguidas na Selic, em abril as taxas de juros cobradas das famílias brasileiras subiram chegando a 42% ao ano. Já os juros das empresas caíram no mês passado, ficando, em média, em 22,9% ao ano. Esses dados foram divulgados nesta quinta-feira pelo Banco Central, com base nas informações repassadas pelos bancos comerciais.

O comportamento das taxas de juros no crédito direcionado, que são os empréstimos com regras definidas pelo governo, como nos setores habitacional, rural e de infraestrutura, a taxa caiu 0,3 ponto percentual para as famílias, para 7,7% ao ano. Esse mesmo tipo de crédito subiu 0,2 ponto percentual para as empresas.

Taxa Selic segue no maior patamar desde 2011

Em comunicado, o Copom informou que a manutenção dos juros levou em conta a evolução do cenário macroeconômico e as perspectivas para a inflação. É a primeira vez em 13 meses em que o Copom deixou de aumentar os juros básicos. Apesar da manutenção, a taxa Selic permanece no maior nível desde novembro de 2011, quando também estava em 11% ao ano.

Depois disso, os juros foram reajustados para baixo consecutivamente até outubro de 2012, quando chegaram a 7,25 ao ano. Meses antes, o governo federal modificou a regra de correção da poupança, atrelando os juros da caderneta à taxa Selic. Pela nova regra, sempre que a Selic ficar abaixo de 8% ao ano, a poupança será corrigida a uma taxa equivalente a 70% da Selic.

Há um ano, em abril, a Selic voltou a subir.

Decisão tem como objetivo conter a inflação

A Selic é o principal instrumento do BC para manter a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), dentro da meta estabelecida pela equipe econômica. A meta de inflação corresponde a 4,5% (centro da meta), com margem de tolerância de 2 pontos percentuais, podendo variar entre 2,5% (piso da meta) e 6,5% (teto da meta).

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o IPCA acumulado em 12 meses estava em 6,28% até abril, mais que os 6,15% acumulados até março e cada vez mais próximo do teto da meta. De acordo com o boletim Focus, pesquisa semanal com instituições financeiras divulgada pelo Banco Central, o IPCA encerrará 2014 em 6,47%.

Como funciona esse controle

A taxa básica de juros é usada nas negociações de títulos públicos no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve como referência para as demais taxas de juros da economia. Ao reajustá-la, o Banco Central contém o excesso de demanda. Quanto maior a demanda, mais os preços de produtos e serviços tendem a subir.

Com a taxa Selic maior, os juros ao consumidor mais altos encarecem o crédito, como nas compras a prazo, e estimulam a poupança. Assim, os consumidores (famílias e empresas) tendem a gastar menos, e a demanda diminui. Ao reduzir os juros básicos, o Copom barateia o crédito e incentiva a produção e o consumo, mas alivia o controle sobre a inflação.

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