Comércio

Empresas reivindicam ajuda do poder público contra crise

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data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Renan Mattos (Diário) 

Um ano após o início das medidas restritivas em função da Covid-19, o setor do comércio é o mais afetado economicamente pela pandemia. Com, mais uma vez, as portas fechadas, empresários acumulam dívidas e tentam manter os postos de trabalho abertos - algo fundamental para a engrenagem da economia girar (confira o relato de alguns empresários abaixo).

O presidente do Sindilojas, Ademir José da Costa, relata a falta de apoio do poder público para que as empresas possam superar o momento. Por meio da Federação das Associações Comerciais do Rio Grande do Sul (Fecomércio), a entidade pleiteia a prorrogação de prazos de impostos tanto no âmbito federal quanto estadual e municipal.

- A solicitação é para que o governo federal mantenha uma ajuda mínima aos empregados e aos empresários que ainda estão conseguindo manter as empresas funcionando e manter os empregos. Que as dívidas de quem as tenham sejam prorrogadas para prazos mais amplos. Em nível de Estado, pedimos que jogue também para frente os impostos. Para o município, a solicitação é para que perdoe um percentual do IPTU e prorrogue parte do pagamento para outros meses - enfatiza o dirigente.

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Costa reconhece a gravidade da pandemia, que chegou a um ponto até então inimaginável, com a lotação dos hospitais. No entanto, ele frisa que o atual modelo de fechamento parcial das atividades consideradas não essenciais não contempla nem os anseios da saúde da população, tampouco do empresariado.

- O que mais vemos são discussões políticas sobre a pandemia. Mas ficou provado que essas paradas, feitas neste modelo, com uma penalidade imposta para alguns setores, não está correta. Está provado que as pessoas não estão ficando em casa, elas vão para a rua circular. Isso prova que paradas seletivas não funcionam. Elas servem, apenas, para dar vitrine aos políticos e não está resolvendo o problema da contaminação - diz.

O empresário Alexandre Milbrabt, 47 anos, é proprietário de três lojas na cidade e luta para a manutenção de 18 empregos diretos que estão sob sua responsabilidade. Ele relata que o e-commerce é uma saída, mas que a procura online caiu muito de 2020 para cá.

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Ontem, a Justiça negou um pedido liminar do Sindilojas para que o comércio considerado não essencial possa reabrir. A justificativa da entidade é a falta de comprovação científica para o fechamento das lojas. 

O QUE DIZEM 

Confira a opinião de líderes de entidades e empresários de Santa Maria sobre as restrições do comércio:

"É um momento muito complexo e de muitas dúvidas. Agora, conseguimos ver o quanto se teve de ações erradas. Nos questionamos se o que está sendo feito é certo. O que mais vemos são discussões políticas sobre a pandemia. Mas ficou provado que essas paradas, feitas neste modelo, com uma penalidade imposta para alguns setores, não estão corretas. Está provado que as pessoas não estão ficando em casa, elas vão para a rua circular. Isso prova que paradas seletivas não funcionam. Elas servem, apenas, para dar vitrine aos políticos e não está resolvendo o problema da contaminação." 

Ademir José da Costa, Presidente do Sindilojas de Santa Maria

"Hoje, vemos que a situação da saúde está desesperadora e, junto, o caos que está a situação das empresas, o caos do desemprego. Tenho certeza, como lojista e como representante, que não é em função do comércio que está havendo o aumento da contaminação. Nós adotamos todas as medidas sanitárias legais e continuamos cuidando dos nossos clientes e das nossas equipes. Precisamos encontrar um meio termo a partir da próxima semana e voltar a abrir. Como lojista e como representante, eu não aceito mais ficar com as portas fechadas. Chegou o momento que temos que provar que as famílias sem dinheiro vão morrer de fome."

Marli Rigo, Presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Santa Maria (CDL)

"Quando as lojas fecharam da primeira vez, fizemos vários protocolos. Realizamos tudo e estávamos certos. Tinha pandemia, mas não que nem agora. Essa questão que está acontecendo neste ano não é culpa do comércio. É culpa, sim, do final do ano e das aglomerações. Está muito difícil. A partir do dia 22, a gente não sabe mais do que fazer se não abrir. O oxigênio das lojas está terminando. Tenho 18 funcionários e não cortei o salário de ninguém. A venda online está conseguindo pagar as contas, os funcionários. Mas, investimento, esquece. Isso é só para sobreviver."

Alexandre André Milbrabt, Empresário 

"Cada dia é um dia diferente. Estamos fazendo venda à domicílio, fazendo um trabalho diferenciado para conseguir, nem que seja, manter o custo físico da loja para que não precise reduzir o salário dos funcionários. Está sendo bem diferente. Me parece que este ano está sendo mais estranho do que foi no ano passado. Em 2020, mesmo com o fechamento, a demanda seguiu, mas, neste ano, ninguém está pedindo. Parece que as pessoas estão assustadas."

Audinei Cerezer, Empresário

"Olhando de forma macro, não consigo vislumbrar como assertiva a decisão do fechamento do comércio. Não nego que estamos vivendo uma crise muito grave na saúde. Não sou negacionista nem insensível, mas a solução parte de algo muito mais amplo do que fechar o comércio. Nos últimos 12 meses, conseguimos conviver bem com a pandemia, o comércio adotou protocolos de segurança e de fluxo dentro dos estabelecimentos e tivemos uma boa estabilidade. Isso mostra que o comércio não foi o fato causador. A grande parte da população sabe por que chegamos a este nível."

Márcio Rabelo, Empresário

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