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Dólar alto pressiona preço da gasolina, que está sem reajuste há mais de 50 dias

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data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: arquivo (Diário)

A escalada do dólar coloca pressão sobre o preço da gasolina no país, que já está há mais de 50 dias sem reajustes e, segundo especialistas, com defasagem em relação às cotações internacionais do combustível.

O mercado espera que a Petrobras anuncie aumento nos próximos dias para cobrir a diferença. Desde 2016, a política de preços da estatal prevê o acompanhamento das cotações internacionais.

O último reajuste no preço da gasolina vendida pela Petrobras foi promovido no dia 27 de setembro e completa nesta terça (19) 54 dias. É a maior série sem mudanças desde o início de 2017.

O aumento foi de 2,5%, refletindo a disparada dos preços na semana anterior, quando a maior refinaria da Arábia Saudita foi atacada por drones, retirando do mercado 5% da produção global.

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No dia do reajuste, o dólar fechou em R$ 4,156. O petróleo Brent, referência internacional negociada em Londres, fechou cotado em US$ 61,88 (R$ 257,2, pela cotação da época) por barril.

Nesta segunda, o dólar bateu R$ 4,206, a maior cotação nominal da história, e o Brent fechou a US$ 63,30 (R$ 266,2, pela cotação atual) por barril.

Segundo a Abicom (Associação Brasileira das Importadoras de Combustíveis), a cotação internacional da gasolina subiu 6% entre o último reajuste no Brasil e sexta-feira.

A entidade vê defasagem entre R$ 0,09 e R$ 0,19 por litro, dependendo do ponto de entrega -o último valor refere-se ao porto de Itaqui, no Maranhão, um dos principais pontos de entrada de gasolina importada.

A Abicom reclama que os preços atuais inviabilizam operações de importação em todos os portos. Em relatório divulgado na sexta, o CBIE (Centro Brasileiro de Infraestrutura) calculou em R$ 0,10 por litro a defasagem média do preço da gasolina vendida pela Petrobras em relação à cotação do Golfo do México, nos Estados Unidos.

Desde 2016, a política de preços da Petrobras considera um conceito chamado de paridade de importação, que é a soma das cotações internacionais convertidas ao real com os custos de importação e margens de lucro.

Nos primeiros meses, os reajustes tinham periodicidade mensal. Em julho de 2017, com o objetivo de se defender de importações, a direção da empresa autorizou a área técnica a fazer ajustes diários.

Após a greve dos caminhoneiros, em maio de 2018, a companhia voltou atrás e estabeleceu um prazo máximo de 15 dias para reajustes, política que foi abolida no governo Jair Bolsonaro -não há mais periodicidade definida.

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A última vez que o preço da gasolina ficou tanto tempo sem ajustes foi entre os meses de fevereiro e abril de 2017. Ao todo, foram 55 dias. Na época, o litro era vendido pela estatal a R$ 1,5901, em valores corrigidos pelo IPCA.

Atualmente, o combustível sai das refinarias da estatal, em média, a R$ 1,8054, de acordo com o CBIE -a Petrobras não publica mais o valor médio.

Já o preço do diesel, que foi reajustado pela última vez no início do mês (queda de 3%) está próximo das cotações internacionais, diz a consultoria.

Nos postos, o preço variou 0,4% (ou R$ 0,04 por litro) desde o último reajuste, de acordo com a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis). Na semana passada, o combustível foi vendido no país a um preço médio de R$ 4,407 por litro.

Em nota, a Petrobras disse que a política de paridade internacional permanece em vigor, mas que o preço de paridade "não é um valor absoluto, único e percebido da mesma maneira por todos os agentes".

"Os reais valores de importação variam de agente para agente, dependendo de características como, por exemplo, as relações comerciais no mercado internacional e doméstico, o acesso à infraestrutura logística e a escala de atuação", diz a companhia.

A empresa afirma ainda que não houve interrupção nas importações por terceiros, o que "evidencia a viabilidade econômica das importações realizadas por agentes eficientes de mercado".

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