Conta de luz pode subir até 50%

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) confirmou ontem que o Tesouro Nacional não aportará nenhum centavo no fundo setorial em 2015. Isso representa que o Tesouro não vai mais bancar pelo menos R$ 6 bilhões dos R$ 9 bilhões previstos, que serviriam para quitar os restos da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) de 2014, estimados em R$ 2,5 bilhões, e programas sociais como o Luz Para Todos e a tarifa social para consumidores de baixa renda. Com isso, a Aneel sugere que essa conta seja paga pelos consumidores. A proposta passa agora por consulta pública e voltará a ser analisada pela agência.

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Se isso for aprovado, a conta de luz dos consumidores das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste terá de subir mais 19,97% devido aos gastos com programas sociais que voltarão a ser cobrados na tarifa de energia dos clientes tradicionais, pois os benefícios serão mantidos aos mais pobres. Na prática, se a medida for aprovada, a conta de luz pode ter reajuste total entre 40% e 50% este ano aqui no Estado.

Também ontem, a diretoria da Aneel aprovou a proposta de repasse para as contas de luz de uma dívida de R$ 23,21 bilhões referentes a empréstimos bancários. Esses recursos vão abastecer a CDE. As contas de luz, no entanto, ainda devem sofrer outros impactos este ano, por conta do aumento do custo de geração resultante do baixo nível dos reservatórios das usinas hidrelétricas. É por isso que a alta na tarifa de parte dos consumidores pode passar de 50%.

Entre os primeiros aumentos da energia no país já autorizados pela Aneel, o maior reajuste foi para a CPFL Jaguari, que atua na distribuição de energia para os municípios de Jaguariúna e Pedreira, no Estado de São Paulo: a alta será de 45,7%, em média. Em outras cinco distribuidoras do país em que o aumento já foi autorizado este ano pela Aneel, a alta variou de 24,89% a 40,19%. Para os clientes da AES Sul, o reajuste deve ocorrer em abril.