Bagagem para lá de pesada

Como amenizar o impacto do dólar alto se você for viajar

Marilice Daronco

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Com o dólar com a sua maior cotação em mais de 10 anos — só nos últimos seis meses, a alta foi de 25% —, quem planeja viajar para o Exterior está colocando uma carga extra de preocupação na bagagem. Comprar o dólar agora ou esperar mais um pouco? Ainda vale a pena viajar para fora do país ou é melhor investir em um destino nacional? Usar o cartão de crédito ou o comprar à vista? Não faltam dúvidas em meio ao momento de instabilidade financeira (leia mais nesta e na página ao lado).

Segundo o diretor de agência de viagens Paulo Rogério Bertagnoli, os pacotes para o Exterior subiram, em média, 5% com a alta do dólar.

— A despesa não aumenta só aí. As pessoas gastam nas compras, com os cartões de débito e crédito. Com isso, há muitos clientes que estão esperando antes de decidir se vão investir na viagem — afirma Bertagnoli.

Com a maioria de seus clientes com viagens programadas para a Europa, o agente Robson Milani não sentiu uma queda representativa nas vendas.

— Na verdade, janeiro e fevereiro não são bons meses para as vendas porque os clientes internacionais costumam comprar suas passagens com uma antecedência maior — afirma Milani.

A aposentada Genair Schneider, 61 anos, está com uma viagem programada para a Croácia. Experiente em viagens, ela adquiriu o pacote com cinco meses de antecedência, quando o dólar estava cotado a R$ 2,60.

— Além da minha viagem, tenho uma filha fazendo intercâmbio em Londres. Com o dólar valorizado, o dinheiro que mando para ela ficou menor do que o que prevíamos — conta Genair.

Se os destinos internacionais perdem força, os nacionais voltam a ser procurados.

— Quem estava procurando por praias de boa qualidade, fora do país, está optando pelo Nordeste — diz Ricardo Ramires, sócio de uma agência da cidade.

O economista Reisoli Bender Filho recomenda que quem precisa comprar dólares em grande quantidade faça com uma antecedência maior, para evitar ser surpreendido por uma valorização ainda maior da moeda norte-americana. Para quem vai comprar menos, esperar um pouco pode ser a melhor opção.



Moeda em alta, Rivera em baixa?

Rivera, no Uruguai, é um dos destinos prediletos dos santa-marienses que compram eletrônicos, perfumaria e bebidas.

— Além do dólar, é preciso levar em conta que a gasolina está mais cara. A viagem até lá ainda vale a pena se for para adquirir produtos em grande volume ou um condicionador de ar — afirma o economista e professor da UFSM, Reisoli Bender Filho.

Segundo o economista Mateus Frozza, do Centro Universitário Franciscano, ainda vale a pena comprar produtos sem similar nacional, como bebidas. Uma dica é pesquisar o câmbio e saber, anteriormente, o preço no Brasil. Em um freeshop, o dólar era cotado a R$ 2,84.

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