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Comércio tem demissões e queda de até 90% nas vendas

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data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Gabriel Haesbaert (Diário)

A retomada do comércio em Santa Maria após a flexibilização das regras de combate à pandemia do coronavírus não vem sendo animadora. De acordo com Marli Rigo, presidente da Câmara de Dirigentes Logistas (CDL), a redução do movimentos em lojas e de vendas em relação ao período anterior à pandemia chega a 80%. Em 10 estabelecimentos da área central da cidade visitados na manhã de segunda-feira pelo Diário, o percentual de queda varia entre 50% e 90%. A única unanimidade é a incerteza sobre o futuro do negócio. 

Na Papelaria Clip, a redução de vendas chega a 80%. Com o menor movimento, a carga horário dos funcionários foi diminuída pela metade, mas não ocorreram desligamentos. Um fato curioso é a mudança do perfil do consumidor. Com a nova realidade de isolamento, alguns produtos entraram em evidência. 

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- São mais itens de escritório, e outra coisa que aumento as vendas são joguinhos, a parte do entretenimento, já que o pessoal fica mais em casa - explica Daniel Ayres, funcionário do administrativo.

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No setor de vestuário, a redução também é significativa. Na loja Lilica & Tigor, de moda infantil, no Calçadão, a queda em relação ao mesmo período do ano passado é de 50%, mesmo com aposta em vendas por WhatsApp. Na loja Janna Moda Fitness, na Galeria Krebs, o cenário também é preocupante, com redução de até 70%.

- Para tentar recuperar, estamos colocando tudo em promoção, redução de até metade no preço. É um período de incerteza. Estamos pensando até em vender a loja, é muita despesa. No último mês, a gente parcelou o aluguel - relata o gerente Douglas Dorneles.

Na loja Questão de Estilo, na Rua do Acampamento, especializada em mochilas, sacolas e bolsas, a redução de vendas é ainda pior: a estimativa do proprietário, Nasser Yassim, é de 90%. Um funcionário foi demitido.

Lojas de maior porte, como a Becker, na Rua do Acampamento, também sentem os impactos da crise. Cerca de 20% do quadro de funcionários teve o contrato suspenso.

- A gente não tem uma noção certa do impacto. O mês de março estava indo muito bem até o dia em que fechamos. Mas o abril vai ser ruim, vamos cair 50%, 60%, se não mais. A procura está baixa - explica o gerente Adilson Schons.

Na Livraria da Mente, no Calçadão, a redução de vendas bate 90%, com o agravo de que este período, entre março e abril, normalmente é o de maior vendas no ano.

- A gente estava vendendo material escolar antes da pandemia. Eram os meses em que mais vendíamos. Agora estamos vendendo apenas 10% do valor que estávamos vendendo antes. Os livros que as pessoas encomendaram não foram retirados, então temos que pagar todos esses livros - lamenta Maria Odete Fleig, proprietária.

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A baixa circulação do comércio também impacta em outros setores, como o de estacionamentos privados. Nos dois estacionamentos da Átrio, a redução da procura é de 90%.

- Pessoas estão economizando, evitando vir de carro para o Centro. O nosso cliente específico usava muito o sistema bancário, eram proprietários e clientes de lojas. Então, hoje tem lojas fechando no centro, micro e pequenos empresários que reduziram as atividades, e os clientes não estão indo às compras - relata o proprietário Elbio Ross.

MÉDIA DE REDUÇÃO É DE 80%
A presidente da Câmara de Dirigentes Logistas (CDL), Marli Rigo, estima em 80% a redução do consumo em lojas de Santa Maria após a retomada do comércio há pouco mais de uma semana.

- As portas estão abertas, tem bastante gente circulando, mas não se vê consumo. A gente está percebendo um queda gigante. Isto é sistêmico, todos os lojistas estão dizendo a mesma coisa - relata.

Ela concorda que o período é crítico para o comércio e que, caso não ocorram mudanças, o cenário pode se agravar. Em Santa Maria, a estimativa de demissões no comércio é de cerca de 2 mil pessoas, sem contar suspensões de contratos.

- O sistema econômico precisa não só assistir aqueles que precisam dos R$ 600, mas terá que se pensar na sobrevivência das empresas. São elas que estão gerando emprego, impostos, fazendo a economia girar. E a maioria delas vai fechar se continuar desse jeito. Temos que começar a fazer um trabalho de campo, de sobrevivência, para as empresas - finaliza.

*Colaborou Felipe Backes

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