Comemos uva vindas do sertão nordestino

Fotos: Deni Zolin

A título de reflexão e de crítica construtiva, trago aqui o exemplo de uma produção de frutas e verduras extraordinária. Esta semana, num supermercado aqui de Santa Maria, havia à venda uva sem sementes por R$ 3,48 o pacote de 500g. Uva doce e saborosa que não vem dos parreirais da região, onde esse tipo de uva praticamente não é plantada, nem mesmo da Serra gaúcha.

Na embalagem, o nome do produtor e a localidade causam surpresa: Fazenda Labrunier, Petrolina, Pernambuco. Isso mesmo. Quase todos já lemos ou vimos na TV a produção de frutas em pleno Sertão Nordestino, onde não brotava nada. Numa rápida pesquisa no site da empresa, a constatação de que só essa empresa tem nada mais, nada menos do que 2.400 hectares de parreirais no norte da Bahia e sul de Pernambuco. Produção que é vendida para grandes redes do Brasil e exportada para inúmeros países. E isso que é apenas uma das empresas que existem lá. Há várias fazendas e cooperativas naquela região que, até 30 anos atrás, era só pó e pobreza.

Uma uva de ótima qualidade, trazida do outro lado do Brasil, é vendida aqui por apenas R$ 6,96 o quilo.

Campanha convida lojistas e população a usar branco para homenagear vítimas da Kiss

É inacreditável que nós, gaúchos, com toda a fartura de terras e água que temos, em comparação com o Nordeste, tenhamos de comprar tantas frutas e verduras até do Sertão Nordestino. Se contarmos isso na rua, algumas pessoas não vão acreditar. Estamos perdendo grandes oportunidades de negócios e geração de emprego e renda.

Fica o convite: que tal as entidades do agronegócio promoverem uma viagem de negócios e levarem produtores e empresários aqui da região para conhecer a estrutura das fazendas de frutas e verduras do árido Sertão Nordestino? Quem sabe inspire alguns deles a abrirem seus horizontes e a investirem aqui em fruticultura.