A Câmara de Vereadores de Silveira Martins instaurou uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o transporte de cargas feito com um caminhão da prefeitura para, supostamente, atender a interesses particulares.
O requerimento para criação da CPI partiu da vereadora Ana Cássia Scalcon, que é do PMDB, mesmo partido do prefeito Fernando Cordero.
O Legislativo já notificou a prefeitura e solicitou, a pedido da comissão, informações sobre a suposta irregularidade.
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Além de Ana Cássia, que preside a CPI, as investigações serão tocadas pelos vereadores Jandir Luiz Weber (PSDB), vice-presidente, e Lucimar Weber (PP), encarregado de elaborar o relatório.
O prazo para apurar a suposta irregularidade é de 60 dias, que poderá ser prorrogado por mais 60.
Dos nove parlamentares do Legislativo de Silveira Martins, cinco assinaram o requerimento: Edelmar Fioravante (PSDB), Valdir Luiz Pereira (PMDB) e os três que integram a CPI.
Pelas regras da Casa, bastavam três vereadores assinarem o pedido para que a investigação fosse autorizada.
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– A gente não está acusando que alguém fez isso (transporte irregular de cargas de terra), é uma investigação.
Vamos chamar o motorista do caminhão (que teria feito o serviço) e outras testemunhas – explica Lucimar.
Como a CPI sabe as placas do caminhão que teria feito o transporte supostamente irregular, o motorista responsável será chamado como testemunha para depor.
Outras pessoas também serão ouvidas assim que a Câmara receber as informações solicitadas ao Executivo.
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A chefe de Gabinete do prefeito, Cátia Ferret, diz que a prefeitura recebeu na última terça-feira ofício da Câmara informando sobre a instalação da CPI e que já estão sendo providenciadas as informações solicitadas.
SEM GRAVIDADE
O líder do governo na Câmara, Evandro Gai (PMDB), pondera que os vereadores têm autonomia para atuar e o dever de fiscalizar, mas entende que o caso não justifica o tipo de investigação.
– Não acredito na imparcialidade dessa CPI. Não há um fato de tamanha gravidade para que se instalasse uma CPI – argumenta Evandro Gai, que atribui a atitude da vereadora Ana Cássia a desentendimento pessoal com o prefeito.
– É uma mágoa pessoal, acredito eu – diz o líder governista.
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O Diário ligou nesta quinta-feira para o prefeito Fernando Cordero, mas o celular estava desligado.
Segundo informações de seu gabinete, ele estava no interior do município a serviço da prefeitura.
Já a vereadora Ana Cássia explicou que pediu a instalação da CPI porque a prefeitura deixou de responder vários pedidos de informações a respeito do transporte de cargas.
Ela afirma que a CPI “não está acusando ninguém.
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– Se a gente achar indício, o prefeito responde.
Se não for comprovado, fizemos o nosso trabalho porque a CPI é uma ferramenta que os vereadores têm para investigar – justifica a vereadora, dizendo que não pode informar a data em que teria ocorrido o suposto transporte irregular “para não colocar em risco o andamento da CPI”.
A presidente da CPI nega ter mágoas com o prefeito, como afirmou o líder do governo.
– Não tenho divergências com o prefeito, só cobro. Não tenho que dizer amém para coisas que estão erradas – diz.
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A SUPOSTA DENÚNCIA
– A Câmara de Vereadores de Silveira Martins instaurou uma CPI para investigar o transporte de cargas de terra com o caminhão placas IPJ 8593, "sem protocolo e pagamento particular"
– O requerimento, datado de 22 de setembro e protocolado no dia 2 de outubro, foi proposto por 1 vereadora e assinado por 3 vereadores
– Dos 9 parlamentares da Casa, 5 assinaram a favor da CPI, 2 a mais que o número necessário
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– Na última terça-feira, a Câmara instaurou a CPI e enviou ofício à prefeitura informando sobre as investigações e solicitando informações
– Constituída por 3 vereadores, a CPI tem 60 dias para concluir as investigações, prazo que poderá ser prorrogado por mais 60
– A CPI tem Ana Cássia Scalcon (PMDB) como presidente, Jandir Luiz Weber (PSDB) como vice, e Lucimar Felin Weber (PP) como relator