Foto: Pedro Piegas (Diário)
Depois que o Detran anunciou o fim do valor fixo para os serviços do Centro de Formação de Condutores (CFCs), permitindo que cada local possa reduzir os preços respeitando um teto máximo, o preço para quem quer dar jeito na Carteira Nacional de Habilitação (CNH) segue o mesmo em Santa Maria. Apesar de o Detran ter estimado queda de até 10% no preço médio da CNH, no Coração do Rio Grande não há esta perspectiva por enquanto.
Para os responsáveis pelos CFCs na cidade, além de ser uma mudança inesperada, não é possível reduzir o preço porque os locais têm investido na infraestrutura, conforme relataram à reportagem. Além disso, o fim da obrigatoriedade das aulas em simuladores - que entrará em vigor em setembro deste ano - já impacta no serviço. Como a decisão do Contran sobre o uso do aparelho deverá reduzir, em média, R$ 300 no valor da CNH, muitas pessoas optaram por esperar pelos próximos meses para iniciar o processo junto dos CFCs, quando a mudança estiver em vigor.
O diretor geral do CFC Ativa, Edson Viana, explica que, além de ser inesperada, a decisão de não tabelar os preços só tem impacto financeiro nos CFCs, e as taxas do Detran não reduziram:
- O Detran cobra 5% do que é cobrado nas aulas. Então se hoje é cobrado, por exemplo, R$ 100 a hora/aula, 5% vai para o Detran. Se o preço baixar a R$ 80, nós continuaremos pagando 5% de R$ 100 - explica.
Além disso, o diretor do CFC explica que, recentemente, foi feita uma série de investimentos na infraestrutura do local, o que inviabiliza, neste momento, a redução no preço. A situação é semelhante no CFC Padre Réus que, apesar de manter facilidades como parcelamento do valor, não deve mudar o preço tão cedo:
- Aqui em Santa Maria os CFCs atingiram um padrão de excelência, tanto pela qualidade da frota, quanto por infraestrutura ou pelo atendimento. E isso é porque se investe muito, o que inviabiliza, neste momento, a redução dos preços - explica Frank Pierson, diretor do CFC Padre Réus.
O custo com combustível e a manutenção dos veículos são os dois principais fatores que dificultam a redução de preços, conforme o diretor do CFC Viacentro, Rodimar Dall Agnol. Segundo ele, ainda será feito um estudo técnico para avaliar a possibilidade de descontos na confecção da CNH:
- O cenário não é muito otimista e, mesmo com essa nova portaria, há um custo considerável com infraestrutura e manutenção. Precisamos avaliar para poder determinar se existe a possibilidade de reduzir preços.
PREÇOS
Quando anunciou a medida, o Detran estimou que o custo da CNH baixasse, em média, 10% no Estado. A portaria do Detran estabelece apenas um preço máximo, de custos, que é o mesmo valor cobrado pelos CFCs quando ainda era tabelado. De acordo com a tabela, tirar carteira de carro, em Santa Maria, custa o equivalente a R$ 2.270,76. Para motocicleta, o valor é R$ 1.950,51. Se a pessoa for tirar carteira para categorias A e B (carro e moto) o preço fica R$ 3.608,54.
REDUÇÃO NOS SIMULADORES
O Conselho Nacional de Trânsito (Contran) anunciou que as aulas nos simuladores deixarão de ser obrigatórias e passarão a ser opcionais. Essa medida deve reduzir até R$ 315 no valor total da CNH que poderá ficar 14% mais barata. Mas, até meados de setembro, ainda será obrigatório a execução de 5 horas/ aula no equipamento. O sindicato representante das CFCs tem tentado reduzir este prazo para evitar baixa na procura nos CFCs neste período.