veto no transporte

'Vai estourar primeiro no lado mais fraco, o trabalhador', diz diretor da ATU

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Nesta quinta-feira, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) vetou um projeto de lei aprovado pelo Congresso que destinaria R$ 8 milhões como auxílio ao transporte público santa-mariense. A medida, em todo o Brasil, distribuiria R$ 4 bilhões ao sistema de transporte de municípios com mais de 200 mil habitantes. O veto foi criticado pelo diretor da Associação dos Transportadores Urbanos (ATU) Edmilson Gabardo, em entrevista à TV Diário. Gabardo classificou a atitude como um "desgoverno" e apontou o risco de demissões significativas no setor a partir de janeiro. Confira a entrevista na íntegra abaixo:


- A situação é dramática. Vai estourar primeiro no lado mais fraco, que é o trabalhador. Ele vai perder o emprego, vai entrar na fila do desemprego - desabafou.

Conforme Gabardo, as empresas de transporte enfrentam uma crise desde o começo da pandemia, em março. De 1,6 milhão de pagantes por mês em 2019, os ônibus santa-marienses carregaram apenas 770 mil durante a pandemia, com uma redução de cerca de 60% no número de passageiros totais. Atualmente, a ATU opera com apenas 60% da frota.

Bolsonaro veta PL que destinaria R$ 8 milhões a transporte público de Santa Maria

- Temos um déficit acumulado de mais de R$ 20 milhões, não estamos recolhendo tributos, estamos constituindo uma divida que vai ser jogada para o futuro, a gente não sabe o que vai acontecer - relata.

De acordo com o diretor, empresas de ônibus já buscam empréstimos para bancar as atividades. Há possibilidade de interrupção do serviço e de quebra de empresas de transporte em um futuro próximo. Conforme Gabardo, o transporte ainda não foi interrompido por que houve renegociação de compromissos com fornecedores, que toparam adiar e parcelar pagamentos.

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Para resolver a situação, Gabardo cobra o subsídio por parte do poder público, tanto nas esferas municipal, estadual e federal. O diretor da ATU também identifica a necessidade de se rediscutir o modelo de transporte público, principalmente em relação a pandemia. Para ele, não é o momento de aumento de tarifas:

- É injusto somente o usuário pagar essa conta. Essa situação teria que ser administrada como em todos os países do mundo. Em subsídios, de forma que toda a sociedade pague. É um serviço público essencial, incluído na Constituição.

*colaborou Felipe Backes


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