Transporte coletivo

'Se mantida essa situação, não vai ter dinheiro para pagar salários', diz diretor da ATU

18.306

data-filename="retriever" style="width: 100%;">

Gabriel Haesbaert/

Com queda de 70% do volume de passageiros pagantes, mas tendo de manter 50% da frota operando, as empresas do transporte coletivo de Santa Maria continuam em situação financeira dramática. Em junho, foram transportados só 600 mil pagantes, quando o normal seriam 1,8 milhão de passageiros. Isso gerou uma receita de cerca de R$ 2,5 milhões, sendo que a folha de pagamento de todas as empresas fica na casa de R$ 4,8 milhões, segundo a Associação dos Transportadores Urbanos (ATU).

- Nós não estamos pagando impostos nem comprando nada, só diesel, para poder pagar os salários e sobreviver. Quando estraga uma peça de um ônibus, a gente deixa na garagem e coloca outro na rua. Se um pneu fica careca, pegamos o pneu de outro ônibus. Estamos canibalizando os veículos - diz o diretor da ATU, Edmilson Gabardo.

Santa Maria passa para bandeira vermelha, mas ainda tentará recorrer

Como não há perspectiva de fim da pandemia e de retomada da normalidade, a preocupação vai crescer se o governo federal não prorrogar mesmo as medidas de apoio à manutenção dos empregos.

- O problema é que, no mês que vem, acaba o programa do governo, e os funcionários que estão parados em casa voltarão para a folha de pagamento. Se continuar nesse cenário atual, com só 30% dos passageiros, não vai ter dinheiro para pagar salários. Por causa das regras desse programa, vamos ter de ficar com esses funcionários até novembro, mas se nada for feito, vamos ter de acabar demitindo, bem no mês da eleição - diz Gabardo, citando que sua empresa só conseguiu empréstimo para pagar a folha por um mês.

Empresa cria caixa de desinfecção que mata vírus em objetos e alimentos

Para piorar, o presidente Jair Bolsonaro vetou a manutenção da desoneração da folha de pagamento para o transporte coletivo, iniciada em 2012. Se a decisão não for revertida, a partir de janeiro de 2021, as empresas do transporte coletivo em todo o país passarão a pagar 20% de encargos na folha, e não mais 2% sobre o faturamento. A Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU) divulgou nota pedido que o Congresso Nacional reverta esse veto. Caso isso não ocorra, deve haver aumento de 4% a 5% nas planilhas de custo que definem o valor da tarifa.

- Além de colocar em risco um setor que gera 405 mil empregos diretos no país, esse impacto vai atingir quem mais precisa do serviço, que é o passageiro de baixa renda, porque incidirá diretamente sobre o valor das tarifas - alerta o presidente-executivo da NTU, Otávio Cunha.


Carregando matéria

Conteúdo exclusivo!

Somente assinantes podem visualizar este conteúdo

clique aqui para verificar os planos disponíveis

Já sou assinante

clique aqui para efetuar o login

Anterior

Pampeiro completa 60 anos em atividade

VÍDEO: um terço dos restaurantes e hotéis poderá fechar as portas em Santa Maria Próximo

VÍDEO: um terço dos restaurantes e hotéis poderá fechar as portas em Santa Maria

Economia