santa maria

Sabe aquele lixo que você jogou no chão? Ele pode ir parar na sua casa

Tatiana Py Dutra


"Aquela sanga era linda. Minha mãe lavava roupa, a gente tomava banho e pescava. Mas de 1985 para cá...". O pedreiro Luiz Augusto Siqueira, 59 anos, torna-se evasivo ao apontar responsáveis pela imundície que tomou conta da sanga que corta a Rua Lauro Machado Soares, na Vila Sargento Dornelles, no Bairro São José, região centro-leste de Santa Maria. Morador do local há 54 anos, ele guarda boas lembranças de um córrego que, hoje, é sinônimo de problemas.
- Faz poucos meses que moramos aqui, mas posso contar do mau cheiro, dos mosquitos e das moscas. E, quando um vizinho cortou as árvores ao redor da sanga, tudo piorou - comentou Jonatan Machado, 21 anos.
Morando nessa rua há oito meses, o estudante ainda não testemunhou o pior que a fonte d'água proporciona à vizinhança: os alagamentos.
- Quando os carros passam, faz até onda. Na última chuvarada, a água entrou no pátio e até na cozinha - relata a autônoma Valéria Lemos, 32 anos, mostrando fotos do ocorrido. Ainda que temendo apontar responsáveis, o pedreiro Luiz Augusto decide dar seu palpite sobre as causas da anomalia.

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Nos anos 80, quando os bairros São José, Camobi e cercanias foram deixando de ser campo para ser mais densamente habitados, a sanga começou a ficar suja com o esgoto residencial que era a ela direcionado. Como se não bastasse o desrespeito que foi minando a vida na água, o lixo das residências também começou a ir parar na sanga conforme o bicho homem ia se aproximando.

- Esses tempos, vizinhos passaram com oito carrinhos de entulho para jogar na sanga. Como sou bocuda, xinguei. Eles nem deram bola. É sempre a mesma história - contou Valéria.
Para a vida que um dia prosperou naquela água, para o ecossistema prejudicado pela morte lenta do córrego e para o pedreiro que cresceu tomando banho ali, o cenário é de tristeza.
- É triste ver isso. Água que corria limpa... Olha o jeito que ficou - lamenta Siqueira.
Para Valéria, lamentar não basta. Algo precisa ser feito:
- A prefeitura tinha de fazer algo, mas a população tem de ajudar. O lixo não vai para a sanga sozinho. Depois, não adianta reclamar que a água entra em casa. É a natureza dando o troco.

EFEITO CASCATA
A opinião da autônoma é a mesma de Rainer Müller, diretor executivo da Fundação MO'Ã - Estudos e Pesquisas para a proteção e o Desenvolvimento Ambiental, de Santa Maria. Ele diz que, mais que um incômodo, a falta de uma política efetiva para encaminhamento de resíduos é questão de saúde.
- As pessoas hoje não falam em saúde, falam em doença. Deveríamos estar falando sobre coleta seletiva, saneamento básico, geração de renda. Mas estamos ainda lidando com lixo em sangas, onde a gente vê de tudo, até sofás, quando resíduos deveriam ser separados em casa e devidamente coletados - avalia.
Segundo o Núcleo de Análise e Prevenção de Áreas de Risco (NAP-Desastres), da prefeitura, há 261 pontos de alagamento na cidade. Pelo menos 40% desses locais são afetados pelo transbordo de sangas, arroios e córregos.
- Destruição da mata ciliar, descarte incorreto de lixo, ligações irregulares de esgoto causam o assoreamento dos cursos d'água que, ao longo de muitos anos, também não receberam limpeza - explica o vice-prefeito e presidente do NAP-Desastres, Sérgio Cechin.
As causas e possíveis soluções (que não virão sem colaboração mútua da população e do poder público) serão discutidas nesta reportagem. De certo, só uma coisa: resolvê-lo é problema de todos. 

UM LIXÃO CORRIA NA ÁGUA



Há três semanas, a dona de casa Maraísa Silva Trindade, 34 anos, lida com as consequências do temporal de 21 de abril. São as roupas dela, as do marido e das três crianças que precisam ser quaradas para tirar o encardimento trazido pela lama e o esgoto para dentro da casa. São os móveis que demoram a secar e correm o risco de apodrecer, são os filhos que querem fugir de casa quando o céu se arma.  


- O maior já está fazendo acompanhamento psicológico por causa das outras enchentes, mas agora é o pequeno que vai precisar. No dia do temporal, estávamos só eu e ele em casa, e ele gritava e chorava: "Mãe, eu não quero morrer afogado!" Desde então, toda a vez que o tempo fica para chuva, ele pede para ir para a casa da avó - conta ela. 
Na casa de Maraísa, num beco da Rua Lima, na Vila Jardim, em Camobi, a água chegou a subir 1m30cm acima do nível da rua em alguns pontos. A dona de casa chegou a fotografar, com o celular, os móveis da sala de casa boiando.
Ela não foi a única atingida. Pelo menos cem famílias foram atingidas pela enxurrada vinda de uma sanga que transbordou. 
- As pessoas andavam com água na altura do peito. Tinha até correnteza - relembra a dona de casa Tereza Ramos, 62 anos. 




Por detrás de toda a problemática, correm toneladas de lixo. O Bairro São José é cortado por uma sanga que corre dentro de uma galeria desde a Avenida Carlos Gomes, em trechos a céu aberto e, também, fechados. Quando chega na Vila Jardim, perto da casa de Maraísa e Tereza, a passagem da água deixa de ser pela larga galeria e passa a correr por uma tubulação, sob as casas. Nesse ponto, todo o lixo descartado nas galerias a céu aberto começa a obstruir os tubos. Quando plenamente bloqueados, a água sobe, como ocorreu no mês passado. 

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Desde que a água baixou, a Rua Lima é um canteiro de obras. Funcionários da prefeitura trabalham, com a ajuda de máquinas, para limpar a rede obstruída. E quem viu o que saiu de dentro dos canos ainda se espanta. Além de lixo doméstico, toneladas de inservíveis e, até, materiais que poderiam ser doados ou reaproveitados em vez de jogados na sanga (foto acima).
- Achamos de tudo. Quadro de bicicleta, tampa de fogão, cobertores, edredons, barra de bicicleta, sofás. O pessoal tem de se conscientizar de que isso está errado. A gente tem coleta de lixo - afirma Maraísa.
O líder comunitário e integrante da Defesa Civil de Santa Maria Zaluar Soares diz que providências estão sendo tomadas para evitar novas ocorrências.
- Vamos providenciar grades para barrar a passagem desse entulho. Vai ficar mais fácil de retirá-lo - comentou. 

PREJUÍZOS



Moradora da Rua Eder Trindade, no residencial Alto da Colina, a aposentada Tereza Silveira (foto acima), 74 anos, confessou à reportagem, entre lágrimas:
- Estou deprimida. Me sinto flagelada. Entrou água e lixo pelo pátio inteiro e meus bichos só estão vivos porque os vizinhos colocaram a escada sobre o muro para salvá-los, porque eu não estava em casa.
Dona Tereza é vizinha de uma sanga que desce a zona alta do residencial e, não raro, transborda e invade seu pátio. Os efeitos da última enxurrada ainda são perceptíveis na casa da idosa. Há marcas da água suja nas paredes, e os móveis foram elevados com tijolos, para não se deteriorarem ainda mais. No quarto do neto, que faz cursinho na cidade, há lama até dentro das gavetas. Polígrafos e livros do jovem molharam, e vão secando num varal improvisado dentro do quarto. Moradora no local desde julho de 1994, ela diz que o problema foi aumentando depois das obras de duplicação da Faixa Velha de Camobi.
- Disseram que era progresso para nós. Mas eu "tô" flagelada.

QUESTÃO DE SAÚDE


A vizinhança da Rua Lima convive com as consequências daquele dia chuvoso, bem como com a memória do que sentiram quando a água avançou e com o medo do que pode vir. 
- Tinha aranhas, lagartixas, cobras na água. E isso não era o pior. O pior era o cocô passando pelas nossas pernas. Já imaginou as crianças com água nas ancas no meio da água? - pergunta Maraísa.
- E as doenças que a gente pode pegar? - completa Tereza.
O risco de contaminação por patógenos vindos do lixo e do esgoto em zonas alagadas é grande, explica o chefe do Setor de Infectologia do Hospital Universitário de Santa Maria (Husm), Fábio Lopes Pedro. Parasitoses intestinais, com giardíase e amebíase, adquiridas por ingestão oral, e hepatites, transmitidas por meio de alimentos contaminados, além de diarreia infecciosa. Mas o mal que a população local deve ter especial atenção é a leptospirose.

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- A região central do Estado, especialmente Santa Maria, tem níveis endêmicos elevados de leptospirose. É uma doença causada por uma bactéria, a lepstospira, que pode atravessar a pele dos indivíduos (mesmo sem estar machucada). A transmissão não é feita pelos roedores, como se imagina. Eles urinam essa bactéria na água e, em época de enchentes, alagadiços, aumenta a transmissão para o ser humano. As pessoas que trabalham no meio rural, em lavouras ou zonas alagadas têm risco muito grande de contrair essa doença - adverte o médico, acrescentando que enchentes são propícias a surtos de cólera e esquistossomose, mas que não há registros delas na região.
Segundo o infectologista, ter cuidado com a qualidade e higienização dos alimentos e da água são importantes medidas preventivas, além do uso de equipamentos de proteção em caso de contato com a água contaminada. Mas para evitar a doença, só ficando longe de possíveis fontes de contaminação:
- É algo que os gestores deveriam estar dando atenção maior: melhorar as condições sanitárias dessas áreas, tentar evitar a moradia de indivíduos perto de arroios, sangas e outros canais de águas contaminadas e não tratadas. Assim, a gente diminuiria o risco de aquisição dessa doença, uma vez que as medidas preventivas não são eficazes.


DICAS DE PREVENÇÃO 

Para evitar problemas, durante e depois da enchente, tente ter o mínimo de contato possível com a água contaminada e também: 

  • Mantenha os alimentos protegidos da água suja 
  • Beba somente água filtrada ou fervida e nunca reaproveite a da enchente
  • Proíba que as crianças brinquem em áreas alagadas
  • Se a água invadiu a casa, jogue fora os alimentos perecíveis (frutas e legumes)
  • Após a chuva, comece rapidamente a limpeza dos locais atingidos pela água e pela lama, protegendo-se com botas e luvas
  • Aproveite também para lavar as caixas d'água, misturando um copo de água sanitária em 20 litros de água. Esvazie, tire a lama, jogue a mistura e aguarde 30 minutos. Encha com água limpa, esvazie novamente e volte a encher. Só então, pode utilizar a água
  • Fonte: Ministério da Saúde


EDUCAÇÃO POR MEIO DE FISCALIZAÇÃO


Evitar que o lixo vá parar na sanga é possível? Pergunta de difícil resposta para um município que não conseguiu implantar a coleta seletiva na cidade e que enfrenta focos de descarte irregular, especialmente na periferia. Um levantamento feito em dezembro pela Secretaria Municipal do Ambiente apurou que há, pelo menos, 121 áreas de descarte irregular em Santa Maria. Grande parte são terrenos baldios ou áreas de várzea, próximas a riachos. Em caso de chuva forte, os detritos vão parar na rede de esgoto e também nas sangas, causando os prejuízos já conhecidos.
- A secretaria, além de suas inerentes atribuições de licenciamento e fiscalização, tem realizado ações de limpeza, através de empresas de coleta e destinação. Acontecem em locais de deposição irregular de resíduos, popularmente conhecidos como focos de lixo, muitas vezes, já consagrados entre população e empresas, que produzem e despejam resíduos nesses locais de forma clandestina. Por isso, mesmo limpos, muitos com placas educativas, ainda são alvo dessas atitudes descabidas. Recentemente, na Rua Argelim Bortoluzzi, encontramos vários orelhões desativados lançados em um terreno baldio - conta o secretário adjunto de Meio Ambiente, Guilherme Rocha, acrescentando que a responsabilidade do descarte do material está sendo investigada.



Mas qual seria a solução? Se você respondeu educação, errou. Pelo menos na opinião do químico Ivan Dutra Faria, doutor em Política e Gestão Ambiental pela Universidade de Brasília (UnB) e consultor legislativo do Senado Federal na área de Meio Ambiente.
- O conceito de educação ambiental é inútil para as respostas que procuramos. Ela é dada como se fosse um grande remédio para as gerações do futuro, mas a minha experiência, depois de décadas, é de dizer que isso não é verdade. Quando a questão é saneamento, é preciso informação, mas não com panfleto ou aulas para crianças - afirma.

O professor aposta na criação de campanhas que envolvam fiscalização e punição de quem desrespeite a lei ambiental - e cita casos bem sucedidos, como a fiscalização do uso do cinto de segurança em todo o país, ou o respeito às faixas de pedestres na Capital Federal.
- Foi uma vitória porque teve implantação do projeto de informação, teve punição e o orgulho de cidadão em respeitar a faixa de pedestres. As cidades que conseguiram isso empregaram mais ciência e técnica do que pedagogia - diz Faria.
Guilherme Rocha concorda com o especialista, em parte. Ele acredita que aumentar o rigor da fiscalização pode reduzir e até conter as infrações.
- Estamos intensificando as ações de fiscalização de ligações de esgoto e efluentes industriais e comerciais clandestinos e autuando proprietários e responsáveis. Vamos exigir de alguns empreendimentos, como contrapartida, a instalação de ecobarreiras para retenção de resíduos da água. O Arroio Cancela e o Vacacaí-Mirim, pouco antes da Barragem do DNOS, que ainda é manancial de parte do município, devem ser as primeiras a recebê-las - diz o secretário adjunto. Vigiar uma área tão cheia de cursos d'água é uma tarefa difícil para a pasta, que conta com apenas três fiscais. Por isso, a implantação de um programa permanente e continuado de Educação Ambiental vinculado à Secretaria Municipal de Educação (Smed) segue nos planos da Secretaria do Meio Ambiente, Porém, os efeitos positivos só serão sentidos a longo prazo: 10, 20, 30 anos. 

CANALIZAR É PRECISO?


A cada verão calorento - e malcheiroso para quem mora perto de arroios - uma pergunta pipoca no ar sem resposta: por que não canalizam essas sangas? Para o secretário adjunto de Meio Ambiente, Guilherme Rocha, fechar os cursos d'água por uma suposta falta de função ecológica é temerário e poderia trazer um risco ainda maior: 

- Quando se canaliza, esconde-se problemas. Há perda ainda maior do controle sobre o lançamento de resíduos e esgoto e o resultado pode ser, justamente, novos alagamentos e enchentes. A canalização também tem tempo de vida útil e é de difícil manutenção.
Rocha usa como exemplo a própria Rua Lima.
- Lá, passa um dos cursos d'água canalizados de Santa Maria, que vai desde as proximidades da Rua João Machado Soares até a ferrovia, limitando com terras do Hotel Fazenda Pampas. Pelo Código Florestal, a Área de Proteção Permanente (APP) deveria ser de 30 metros para ambos os lados a partir da margem do curso d'água. Em vez disso, há moradias nessa faixa, até mesmo sobre a canalização fechada. Quando há eventos excepcionais de chuva, por maior que seja o tubo, a vazão requerida pode não ser suficiente. Imagine se houver resíduos e sedimentos a obstruindo - argumenta o secretário adjunto.
Rocha acrescenta que a Rua Lima combina outros fatores do desenvolvimento urbano não planejado: não tem rede de esgoto e, ainda por cima, recebe os efeitos da impermeabilização causada pela obra de duplicação da Faixa Velha de Camobi e aumento de superfícies construídas.
- As pessoas não se dão conta, mas a áreas construídas provocam a impermeabilização do solo. A água não infiltra para o solo, escoa superficialmente até pontos mais baixos, rumo a cursos d'água ou canalizações fechadas. E a Vila Jardim acaba sendo o destino de uma vasta área de captação - explica. 

NO CENTRO


Se canalização isentasse as comunidades de transtornos, o Centro estaria livre de alagamentos - como os que são recorrentes na Rua Duque de Caxias, entre as Avenidas Presidente Vargas e Medianeira, nas imediações da Sanga do Hospital; ou mesmo dos alagadiços e transbordos de esgoto nas Rua Tuiuti, perto da Floriano Peixoto, região sob a qual passa a hoje malcheirosa Sanga da Aldeia.
Moradora da Conde de Porto Alegre, a auxiliar administrativa Michele Peroni relata alagamentos e mau cheiro  mesmo com a água retida por canos e galerias.
- Cheira muito mal, especialmente quando faz calor ou está para chuva. E quando tem temporal, a água sobe, mesmo tendo o muro alto. Alaga a entrada e a garagem - conta.
Um comerciante que pediu para não ser identificado vivencia problemas semelhantes em sua loja, na Rua Floriano Peixoto. 
- Quando chove forte, o porão da loja alaga, porque os canos não dão vazão para a quantidade de água e para a quantidade de lixo que vem junto - contou um comerciante da Floriano Peixoto que pediu para não ser identificado.
O comerciante, de 60 anos, trabalha há décadas no mesmo ponto e garante não ter contribuído para encher a sanga com lixo. Mas isso não deixa de ser um problema dele, já que os efeitos dos erros de outrem são compartilhados pela comunidade. Falta de educação, displicência ou negligência seja de quem for irá reverberar de Santa Maria para o planeta inteiro. A conta da poluição também será paga por todos. Até por nossos descendentes no futuro.
- A cidade é um emaranhado de canais. A maioria converge no Arroio Cadena, que desemboca no Arroio Arenal, perto da BR-392. De lá, vai para o Rio Vacacaí, para o Jacuí, até o Guaíba, em Porto Alegre. Depois, a sujeira vai desembocar na Laguna dos Patos. Tudo está interligado. Os resíduos lançados aqui, através dos cursos d'água, vão parar bem longe, provavelmente alguma coisa chega no oceano - ensina Rocha.

_______________________________ 

EXPEDIENTE

reportagem
TATIANA PY DUTRA

fotos
CHARLES GUERRA
GABRIEL HAESBAERT
RENAN MATTOS

imagens
CHARLES GUERRA
GABRIEL HAESBAERT 

edição de videos
RAFAEL GUERRA

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