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Construção civil movimenta mais de R$ 400 milhões em Santa Maria

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Fotos: Pedro Piegas (Diário)

Os números comprovam a importância e o quão representativo é o setor da construção civil em Santa Maria. Dados do Sinduscon apontam que, até junho deste ano, havia 37 empreendimentos em construção na cidade. O que representa 190,5 mil m² de área sendo erguida. Se isso for medido em valores, já que o preço médio do m² é de R$ 2,2 mil, se chega à cifra de mais de R$ 400 milhões. E se levar em conta que o Sinduscon representa, em média, por metade dos empreendimentos de Santa Maria, é possível dizer - afirmam construtores à reportagem - que Santa Maria tem R$ 800 milhões em obras (imóveis como apartamentos e salas comerciais). Em reportagem especial, o Diário mostra um panorama econômico da construção civil na cidade. 

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A efeito de comparação, isso é maior que o próprio orçamento da prefeitura de Santa Maria que, para este ano, está projetado em R$ 785 milhões. Já a maior instituição de Ensino Superior da cidade, a UFSM, tem tido, nos últimos anos, um orçamento sempre na casa de R$ 1 bilhão.

CONTRACHEQUE
Além disso, a "indústria do contracheque", como destaca o economista Alexandre Reis, serve como uma gordura para queimar. Ainda que com a crise agravada de 2014 para cá, a Caixa Econômica Federal - fiadora de empréstimos por meio do Minha Casa, Minha Vida, entre outros financiamentos - segue respondendo por mais de 90% da concessão de créditos para quem quer comprar imóvel em Santa Maria. O índice de inadimplência, por aqui, fica abaixo da média que a Caixa contabiliza em outros centros urbanos e, claro, em cidades mais industrializadas.

A consequência direta disso é que em Santa Maria há poucos casos, ao contrário de outras cidades do país, de imóveis retomados por falta de pagamento. Além disso, o perfil de quem busca acesso ao crédito habitacional na Caixa é, basicamente, o funcionalismo público (servidores federais e militares) e ainda casais jovens que buscam sair do aluguel.

OBRA INJETA R$ 2,5 MILHÕES POR MÊS

O conceito de centro de uma cidade tem mudado, ao longo dos últimos anos, à medida que vários núcleos urbanos vão se formando com estruturas próprias - com shoppings, farmácias, mercados, postos de combustíveis, escolas.  

Acontece que o núcleo central de Santa Maria segue ainda sendo um nicho promissor para novas obras e, claro, para quem busca investir na compra de imóveis. A construtora Jobim, por exemplo, fez do centro da cidade - na Rua Venâncio Aires - o endereço para fincar ali o empreendimento Espírito Santo, um conjunto de quatro torres que, juntas, somam mais de 600 apartamentos. O diretor da construtora, Gustavo Jobim, avalia que ainda que o ano seja de uma prolongação de uma longa crise financeira, cabe a quem é do setor "trabalhar de forma a se ter um equilíbrio e, assim, minimizar os riscos de ficar exposto aos efeitos da crise":

- As empresas têm de ter um ritmo próprio. E independentemente de reformas e de quem esteja no governo, cabe a quem é do setor ter o entendimento e o discernimento de que se manter no mercado depende mais de si do que de fatores externos. É óbvio que as oscilações e o humor do mercado e do governo são fatores a serem considerados, mas não podemos nos engessar por isso.

As quatro torres representam um investimento de R$ 150 milhões. Além disso, o canteiro de obras (que tem 200 funcionários) e as demandas com compra de materiais injetam na economia a cifra de R$ 2,5 milhões mensais.

Há, até o momento, uma torre pronta, sendo que 80% dela já está habitada. Até outubro, a ideia é que mais uma seja entregue. E as outras duas ficarão para 2020 e 2021, adianta Jobim. Além dos 610 apartamentos, a obra tem mais de 60 mil m² de área construída. Sendo que metade deste espaço é para a garagem, que terá mais de 700 vagas para estacionamento. O Espírito Santo também prevê 112 salas para escritórios e 32 lojas no térreo.

EMPREENDIMENTO DE 20 PRÉDIOS

O Bairro Camobi, um dos mais buscados na hora de comprar um imóvel, será o endereço para um empreendimento que deve chegar à cifra de R$ 150 milhões. A De Marco Incorporações Imobiliárias, de Erechim, viu em Santa Maria o nicho militar, do funcionalismo público e do Ensino Superior como os atrativos necessários para viabilizar uma das maiores obras residenciais da cidade. Carlos Eduardo De Marco espera até o fim do ano dar a largada, até o fim do ano, à construção das primeiras torres. 

Com a terraplanagem em andamento em um terreno de 45,8 mil m² - que fica na Avenida João Machado Soares -, a ideia é montar o quanto antes o canteiro de obras. E na sequência erguer as primeiras sete torres que irão ofertar 224 apartamentos.

O Morada do Leste, como se chamará o residencial, terá 23 prédios - sendo que cada um terá oito andares com quatro apartamentos cada. Ao todo, o residencial terá 736 unidades.

Os apartamentos terão 55 m² e serão compactos, mas com uma estrutura atrativa, garante Carlos De Marco. Serão dois quartos, um banheiro, cozinha e sala integradas, área de serviço, sacada com churrasqueira e uma vaga de garagem.

O residencial ainda ofertará quadra poliesportiva, pista de caminhada, academia, playground, churrasqueira, salão de festas e uma ampla área verde que representará um terço da área total do condomínio.

INOVAÇÃO
Outro diferencial da obra é o sistema de construção, mais rápido e econômico, que se vale da utilização de paredes de concreto que são moldadas in loco, explica o empresário. Está prevista, ainda, outra tecnologia cada vez mais usual em grandes centros urbanos: a captação da água da chuva e sua retenção, que contribui para racionalização do uso da água tratada e também dará enfrentamento aos efeitos de enchentes e de inundações.  

Os apartamentos terão financiamento pela Caixa na chamada Faixa 2 (que contempla renda de três a seis salários). Para o primeiro lote, os preços devem ficar entre R$ 160 mil e R$ 170 mil.

NÚMEROS EM SANTA MARIA

  • Há cerca de 5 mil imóveis em estoque. Ou seja, à venda 
  • Segundo o Sinduscon, há 37 empreendimentos em construção
  • Isso representa 190,5 mil m² de área em obras 
  • Esses 190,5 mil m² de área em construção representam, em média, R$ 400 milhões em obras


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