Pensar e andar na chuva

O poeta português Fernando Pessoa escreveu certa vez que “pensar incomoda tanto como andar na chuva”. Talvez estivesse se referindo aos pensamentos profundos, complexos, verdades escondidas, segredos guardados a sete chaves que não confessamos nem às paredes, dúvidas existenciais, enfim, questões que mexem com nossa intimidade. Por isso alguns preferem não pensar, para não se molhar na chuva.


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05/04/2025 08:30
05/04/2025 08:30

A questão é que não há como fazer descobertas sem correr riscos. Desde as navegações até a chegada à lua, passando pelos maiores avanços no campo das artes, das letras, da astronomia, da ciência ou de qualquer área do conhecimento ou das vivências humanas, tudo foi conquistado em meio a muita chuva e até mesmo temporais. Quantas experiências, aprendizado e crescimento pessoal alcançamos depois de vencer nossos desafios, dificuldades, provações, nossos vendavais interiores.


Sócrates colheu da inscrição na entrada do Templo de Delfos a sua grande lição de vida: “Conhece-te a ti mesmo”. 0 filósofo francês René Descartes criou a frase que até hoje serve de reflexão: “Cogito ergo sum” (Penso, logo existo). O homem que saiu da caverna, na simbologia de Platão, descobriu a luz e uma nova forma de vida quando teve coragem de enfrentar a chuva e os perigos que existiam fora de seu mundo escuro.


O problema é que ainda hoje muita gente continua presa à sua própria caverna, aos seus conceitos, preconceitos, aos seus medos e à sua escuridão. A vida nos convida a fazer novas descobertas, nascer de novo a cada dia. Podemos não ter o domínio, ainda, sobre a chuva, o raio ou o trovão, mas temos o domínio sobre o nosso coração, não somos donos do mundo, mas somos donos dos nossos sentimentos e das nossas escolhas.


A vida também nos convida a andar, a dançar e até a cantar na chuva, rir das nuvens tão escuras lá no alto, descobrir o sol que está no coração, a luz que está na alma, e a despertar para a busca da verdadeira felicidade. Agora e depois.


2028 já está no radar eleitoral

Quem serão os candidatos à prefeitura de Santa Maria em 2028? A pergunta pode parecer descabida diante das movimentações em torno do processo eleitoral do ano que vem, que elegerá o presidente da República, governadores, senadores, deputados federais e estaduais e que ainda está cercado de muitas dúvidas. É que quem está na linha de frente está sempre de olho no futuro, e o que parece distante pode estar muito mais perto. Em sua passagem recente por Santa Maria, o deputado federal Paulo Pimenta (PT) abriu um leque de possibilidades, ao falar sobre seu futuro político. Ano que vem pode ser candidato à reeleição para a Câmara Federal, como também a senador ou a governador. Em conversa que tive com ele, disse que se concorrer a deputado federal pode ser candidato, em 2028, a prefeito de Santa Maria. Com a candidatura de Rodrigo Decimo (PSDB) tida como natural, já teríamos aí dois nomes. É muito cedo? No calendário eleitoral, o tempo é diferente, e tudo é possível. 


Fardado e aquecido
A volta de Paulo Pimenta ao Ministério do Governo Lula ainda não está definitivamente afastada. Pimenta me disse que o presidente já conversou duas vezes com ele, e que no momento está como um jogador de futebol no vestiário: fardado e aquecido, pronto para atender a qualquer chamado do treinador.

​Em obras
Moradores de São Martinho da Serra e de Vale Vêneto estão na contagem regressiva para a inauguração do asfaltamento de suas estradas. A ERS-516, ligando São Martinho a Santa Maria deverá ser entregue até o final deste ano. Em contato com o diretor da Construtora Continental, Hélio Militz, ele informou que a obra está em sua reta final. Depois da ponte sobre o Rio Ibicui há um desvio porque a empresa está trabalhando nos quatro últimos quilômetros onde estão sendo feitos trabalhos de terraplanagem e macadame (pavimentação feita de pedras britadas, areia e argila) antes da etapa final. Para Vale Vêneto, VRS-823, o prazo é de um ano a partir da retomada das obras, mas com possibilidade de conclusão em tempo mais curto.


Pior trecho
No momento o pior trecho da ligação com São Martinho da Serra está na saída de Santa Maria. Da Rua José Barin até a ponte da Vila Vitória está simplesmente intransitável pela quantidade e tamanho dos buracos. Moradores, daqui e de lá, estão cobrando soluções por parte da prefeitura de Santa Maria.


​O destino ainda incerto do lixo

Livrar-se do lixo é fácil e inevitável. Difícil é encontrar (ainda hoje) a melhor forma de descarte, e, principalmente, de destinação. Porto Alegre implantou um novo modelo de coleta com contêineres que impedem a retirada manual, evitando que boa parte fique espalhada pelo chão. Em dois dias na Capital esta semana, pude perceber que a medida ainda vem gerando reclamações e até manifestações de muitos que perderam seu meio de sobrevivência porque os resíduos agora vão diretamente para as empresas de reciclagem. O poder público deve sempre pensar em soluções coletivas, mas sem deixar de levar em conta sua repercussão social e humana. Como a ideia pode chegar por aqui, é bom ir pensando na melhor forma de tratar a questão. 


A vida continua, nesta e em outras dimensões!

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