Com a alta expressiva do dólar nos últimos dias, a cotação da soja na região voltou a bater recorde ontem, atingindo R$ 95 pela saca - há um ano, em 7 de maio de 2019, estava em R$ 63,50. Apesar de essa alta servir de alento diante de uma quebra de 57% na produtividade na região devido à seca, o problema é que poucos agricultores vão aproveitar esses bons preços. O motivo: em 2019, a grande maioria já havia fechado contrato de venda para entrega agora em abril por valores na faixa de R$ 80. Esse tipo de contrato é comum para que os agricultores garantam ao menos os custos de produção.
- Na cooperativa, 80% dos produtores fizeram contratos de venda e colheram menos do que o necessário para cumprir com eles. Varia muito, assim como teve gente que colheu 10 sacas por hectare, outros colheram 40. Na média, deu 20 sacas. Só vai se beneficiar desse preço de R$ 95 uma minoria, que ainda tem soja para vender: o produtor que colheu mais ou aquele que fez menos contratos e ainda tem grão - diz Sinval Gressler, vice-presidente da cooperativa Cotrisel, de São Sepé.
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Ele diz que o benefício pode vir para a próxima safra, pois muitos agricultores já estão fechando contratos de venda por mais de R$ 90 para entregar o produto em 2021, para ter uma garantia desse preço.
- Outra vantagem é o custo dos fertilizantes e defensivos hoje. A relação de troca está altamente favorável ao produtor agora. Um exemplo: o cloreto de potássio. Na safra passada, o produtor fez relação de troca de 1,3 saca de soja por um saco de cloreto, hoje está em 0,9 saca de soja para um saco de cloreto - diz Gressler.